SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A polícia do sul da Itália afirmou nesta terça-feira (16) que apreendeu 2.734 kg de cocaína em um porto na Calábria –quase três toneladas da droga sintética. A carga recorde apreendida naquele local custaria mais de 800 milhões de euros (cerca de R$ 4,3 bilhões), segundo a guarda responsável por crimes financeiros no país.

O carregamento vinha de Guayaquil, no Equador, e viajaria até a Armênia após navegar no Mar Negro e atracar no porto de Batumi, na Geórgia. A droga, porém, foi interceptada no porto de Gioia Tauro, no sul da Itália. Ali já foram apreendidas cerca de 37 toneladas de cocaína de janeiro de 2021 até hoje.

Com a ajuda de scanners especializados e um cão farejador, a polícia descobriu a carga ilegal em dois contêineres refrigerados com mais de 12 metros de comprimento, onde eram transportadas 78 toneladas de bananas. Mais de 30 militares foram convocados para transportar e destruir o material, segundo nota da polícia italiana.

Nos últimos dias, as autoridades disseram ter encontrado mais 600 kg de cocaína passando por Gioia Tauro em contêineres vindos da América do Sul e carregados de “frutas exóticas originárias do Equador”. O destino dessas remessas, sempre escondidas em fundos falsos ou cavidades externas, eram Croácia, Grécia e Geórgia, além de outras partes da Itália.

“‘Os métodos de ocultação da droga mudam muitas vezes e estão sempre em evolução, obrigando os investigadores a aperfeiçoar as metodologias de operação de tempos em tempos”, diz a nota.

Palco de um pujante tráfico de drogas, o Equador vê a violência crescer nos últimos meses. A taxa de homicídios saltou de 14 para 25 por 100 mil habitantes de 2021 para 2022, segundo o governo, e, ainda de acordo com as autoridades locais, mais de 420 detentos morreram em meio a massacres em penitenciárias.

A onda de violência foi a justificativa usada pelo presidente do equatoriano, Guillermo Lasso, para categorizar o terrorismo como uma ameaça ao Estado no começo deste mês, após classificar as gangues urbanas de grupos terroristas. Tal medida deve multiplicar as operações militares, que agora têm luz verde para patrulhar as ruas ao lado da polícia sem a necessidade de um estado de exceção. Anteriormente, o líder já havia autorizado porte de armas para civis e decretado estado de emergência parcial.