SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O líder da chefe da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Cirilo, afirmou que os soldados russos que morrerem na Guerra da Ucrânia serão perdoados por seus pecados.

A declaração sucede a ordem de mobilização da população russa para lutar na Guerra da Ucrânia anunciada por Vladimir Putin na semana passada -a primeira desde a Segunda Guerra Mundial.

Neste domingo (25), o religioso afirmou que a eventual morte de um soldado no cumprimento de seu dever equivale a um sacrifício. E, concluiu, “acreditamos que este sacrifício lava todos os pecados que a pessoa tenha cometido”, disse.

Aliado de Vladimir Putin, Cirilo é a favor do que o Kremlin chama de “operação militar especial” na Ucrânia. O religioso vê na sua luta contra o Ocidente uma batalha entre o bem e o mal em que cabe a Moscou, que seria dona por direito do território ucraniano, proteger seu povo dos que tentam pervertê-lo -papel de vilão atribuído a Volodimir Zelenski.

Seu apoio a guerra aprofundou o racha entre o braço russo da Igreja Ortodoxa e outras sedes eclesiásticas pelo mundo. O papa Francisco, líder da Igreja Católica e grande oponente do conflito, tem rechaçado indiretamente várias das posições de Cirilo em falas recentes, incluindo uma deste mês em que afirmou que Deus não apoia a guerra.

Os líderes de dois dos principais ramos do cristianismo se encontraram pela primeira vez há seis anos, na primeira reunião do tipo desde o cisma de 1054, e não voltaram a se ver desde então. Havia uma expectativa de uma nova assembleia da dupla na viagem do papa ao Cazaquistão no início do mês, mas Cirilo cancelou sua ida ao país em cima da hora.

A Rússia mobilizou cerca de 300 mil tropas adicionais para lutar na Ucrânia, buscando resolver o principal problema de sua campanha no país vizinho, que invadiu em fevereiro. A medida tem levado a insatisfação popular.