bolso explica Indesejado em NY, Bolsonaro pode receber prêmio em outro estado
Bolsonaro, sem dar detalhes aos jornalistas, disse na noite de segunda-feira (6) que ainda “vai aos EUA”

Apoiadores do Presidente nos EUA tentam transferir o evento para Dallas (TX)

Após ter anunciado na sexta-feira (3) o cancelamento da viagem agendada à Nova York para receber o prêmio “Personalidade do Ano 2019”, o Presidente Jair Bolsonaro, sem dar detalhes aos jornalistas, disse na noite de segunda-feira (6) que ainda “vai aos EUA”. Ele seria homenageado durante o jantar de gala organizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, que ocorrerá na terça-feira (14).

Simpatizantes do Presidente tentam transferir o evento para Dallas (TX), entretanto, o prefeito da cidade, Mike Rwalings, também é democrata, como Bill de Blasio, de Nova York, portanto, havendo o risco de outra rejeição política. O Texas é um estado conservador e os aliados de Bolsonaro avaliam que, devido a isso, a receptividade lá seja maior. A homenagem a ele tem sido alvo de protestos e mobilizou ativistas defensores do meio-ambiente e dos direitos LGBTQ contra o evento. Dallas fica localizada a 3 horas de voo de Nova York. Em 2018, Bolsonaro e o filho dele, Eduardo Bolsonaro, foram recebidos por Ted Cruz, senador republicano no Texas.

Figura polêmica e de extrema direita, Bolsonaro venceu as eleições presidenciais no Brasil por ampla margem em 2018. Entretanto, ele também é controverso e tem sido fortemente criticado pelos comentários homofóbicos, racistas e misóginos.

Através do Twitter, Blasio celebrou a desistência da viagem de Bolsonaro aos EUA. “O Jair Bolsonaro acabou de aprender da forma mais difícil que os nova-iorquinos não fecham os olhos para a opressão. Nós denunciamos o preconceito dele. Ele correu. Não estou surpreso. Geralmente, os valentões não aguentam um soco. @jairbolsonaro. Já vai tarde. O seu ódio não é benvindo aqui”, diz a postagem.

A Câmara de Comércio Brasil-EUA enfrentou dificuldades para encontrar um lugar que  aceitasse abrigar o evento. Inicialmente, o Museu de História Natural de Nova York (MNH) agendou, mas posteriormente recusou-se a abrigar o evento. A administração da instituição, localizada no coração de Manhattan (NY), alegou que não era “o local apropriado”, tendo como base a agenda do atual governo brasileiro. Anteriormente, Blasio, durante uma entrevista de rádio, chamou Bolsonaro de “perigoso”, “racista” e “homofóbico”.

Após o comentário de Blasio, grupos defensores dos direitos dos gays, lésbicas e transexuais (LGBTQ) se mobilizaram e, posteriormente, a empresa aérea Delta, a firma de consultoria Bain & Company e, finalmente, o jornal Financial Times, um dos principais patrocinadores do jantar de gala, cancelaram o apoio.

A vinda de Bolsonaro aos EUA não incluía somente a participação no jantar de gala, mas também outros encontros agendados pelo mercado financeiro, incluindo uma visita a Miami (FL) para reunião com a base eleitoral dele e representantes republicanos. Na sexta-feira (3), depois do cancelamento da participação do Presidente no jantar de gala em Nova York, a Câmara de Comércio informou através de nota que o prêmio ocorreria conforme o agendado.

Fonte: Brazilian Voice