Arruinado, Prudencio Unanue, sem um dólar no bolso e os credores não paravam de bater à sua porta. Com quatro filhos para sustentar, o imigrante espanhol tinha de fazer algo para sair do fundo do poço em que se encontrava depois de ter fracassado em seu humilde negócio de exportação de rádios.
Foi então que um amigo sugeriu que ele vendesse o mais rápido possível um carregamento de 500 caixas de sardinhas do Marrocos. “As caixas vinham com uma etiqueta em que estava escrito ‘Goya’”, disse Joseph Pérez, vice-presidente da Goya Foods, empresa que se tornou o maior império de comida latina nos Estados Unidos. O nome pareceu perfeito para Prudencio: era simples e fácil de pronunciar em espanhol e inglês. Então, ele decidiu que batizaria assim sua nova empreitada comercial e comprou a marca por US$ 1. Naquele dia, nasceu um gigante que fatura hoje mais de US$ 1,5 bilhão por ano, de acordo com dados da empresa, e vende alimentos de origem hispânica, como feijão, arroz, carne enlatada e frutos do mar, condimentos, queijo, azeite e até pratos congelados.
“Entendemos as diferenças de culinária e cultura entre um grupo e outro”, acrescenta Pérez. Assim a Goya dava uma resposta à “nostalgia” dos que deixaram seus países. O crescimento inicial da empresa se concentrou no nordeste do país – de Boston a Washington e depois, se expandiu para Miami. De lá, cresceu para Atlanta, avançando em direção à Costa Leste para alcançar Estados como o Texas e a Califórnia. Nos últimos anos, a Goya abriu cinco fábricas e centros de distribuição no Texas, na Califórnia, na Geórgia e em New Jersey, tendo em vista uma comunidade hispânica de mais de 55 milhões de pessoas, segundo o instituto de pesquisa Pew Research Center. Com um mercado tão grande e uma variedade tão significativa de origens e tradições culinárias, a empresa vende 85 tipos de feijão, que também mudam de nome de acordo com o mercado.
Fonte: Brazilian Press