O presidente Donald Trump, em pronunciamento na noite de quarta-feira
(11) em rede nacional, anunciou a suspensão de todas as viagens da Europa para
os Estados Unidos durante 30 dias como forma de “proteger os americanos” do
coronavírus.

A suspensão passará a valer a partir de sexta-feira (13) à
meia-noite, mas não terá validade para o Reino Unido, que continuará tendo voos
para os Estados Unidos. As restrições também não têm validade para quem tem
residência permanente em território americano (green card) e para parentes
imediatos de cidadãos americanos.

Os americanos que chegarem aos Estados Unidos da Europa, de
acordo com a medida, chegarão por meio de 13 aeroportos e passarão por uma rigorosa
inspeção por agentes para checar se eles têm o vírus. “Vamos pedir a essas
pessoas que fiquem em casa por 14 dias”, disse o vice-presidente Mike Pence após
o pronunciamento.

O presidente destacou que tomou a decisão após consultar
autoridades na área de saúde. Ele disse que essas medidas, “fortes, mas
necessárias” foram tomadas para proteger a “saúde e o bem-estar de todos os
americanos”. “Estamos respondendo com grande rapidez e profissionalismo [à
ameaça do coronavírus]”, disse Trump.

Trump  considerou que
as medidas vão reduzir a ameaça que o coronavírus representa aos americanos de
“forma significativa”.

Ele comparou a decisão de suspender os voos da Europa à
restrição que os Estados Unidos fizeram de voos vindos da China e do Irã quando
a crise do coronavírus começou. Trump criticou a forma como a Europa agiu e
disse que o continente deveria ter tomado medidas similares e, com isso,
evitado o crescimento do coronavírus no mundo.

Durante o pronunciamento, de mais de nove minutos, Donald
Trump também disse que a crise do coronavírus não é financeira e que vai tomar
ações de emergência para ajudar os norte-americanos diagnosticados com o vírus,
que estejam em quarentena ou que precisem ficar afastados para cuidar de
pessoas infectadas.

O presidente também pediu que o Congresso aprove reduções
fiscais com o intuito de ajudar a combater eventuais perdas econômicas que
tenham sido causadas pelo vírus.

Países incluídos na medida: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca,
Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Islândia,
Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Polônia, Portugal,
Suécia e Suíça.

Europa desaprova decisão

Os dirigentes da União Europeia (UE) criticaram, nesta
quinta-feira (12), a decisão “unilateral” do presidente Donald Trump de proibir
o ingresso no país de estrangeiros procedentes da Europa para prevenir a
propagação do coronavírus.

“A UE desaprova o fato de que a proibição de viajar tenha
sido adotada unilateralmente e sem consulta”, diz uma declaração da presidente
da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e de seu colega do Conselho
Europeu, Charles Michel.

As autoridades europeias indicaram que a UE “está adotando
medidas enérgicas para limitar a propagação do vírus” e “uma crise mundial não
limitada a nenhum continente que requer cooperação em lugar de uma ação
unilateral”.

“O nacionalismo não é a resposta à Covid-19, porque os vírus
não se importam com as fronteiras, nem com as nacionalidades”, afirmou o
eurodeputado liberal e ex-primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt.

Segundo o último balanço da AFP, a Europa somava 22.969
casos do novo coronavírus e 947 mortos.

Fonte: AcheiUSA