DA REDAÇÃO – O presidente Donald Trump pediu que o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, imponha mais sanções sobre o Irã. Na quarta-feira (18), Trump postou em seu Twitter que “instruiu o secretário do Tesouro a aumentar significativamente as sanções sobre o Irã”.

Acredita-se que a medida seja uma reação aos ataques por drones no último fim de semana contra refinarias na Arábia Saudita. Os Estados Unidos acusam o Irã de estar por trás dos ataques.

A tensão vem em meio as especulações de Trump que deve realizar conversações com o presidente iraniano Hassan Rouhani, nos bastidores da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, ainda este mês.

Trump, que expressou o desejo de realizar diálogos de cúpula, disse à imprensa, na terça-feira (17), que prefere não se encontrar com o presidente do Irã.

Javad Zarif, ministro das Relações Exteriores do Irã, disse nesta quinta-feira (19) que haverá uma guerra se o seu país for atacado pelos Estados Unidos ou pela Arábia Saudita.

Ele deu a declaração à rede de TV CNN. Ao ser perguntado sobre qual seria a consequência de um ataque militar contra o Irã, Zarif respondeu: “guerra total” e que os sauditas teriam que lutar “até o último soldado americano”.

O iraniano afirmou que espera evitar o conflito e que ele está disposto a conversar com representantes dos rivais da região do Golfo Pérsico (Arábia Saudita e Emirados Árabes). Para voltar a ter uma relação com os americanos, no entanto, eles querem o fim das sanções econômicas impostas pelo governo de Donald Trump.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse nesta quinta-feira (19) que o seu país está criando uma coalizão para deter o Irã, mas que pretende encontrar uma saída pacífica. “Nós ainda estamos nos esforçando para construir uma coalizão em um ato de diplomacia enquanto o ministro de Relações Exteriores do Irã ameaça com uma guerra total e lutar até o último americano. Estamos aqui para construir uma coalizão para alcançar a paz”, ele afirmou a jornalistas.

Ataque a instalações de empresa na Arábia Saudita

O ataque a um complexo de óleo e gás na Arábia Saudita que pertence à empresa Aramco no sábado (14) tornou a relação entre o Irã e os países árabes mais tensa.

Na quarta (18), o Ministério de Defesa da Arábia Saudita apresentou detritos de mísseis e drones que, de acordo com com o reino, provam que o Irã foi responsável. Os iranianos negam.

Um grupo de rebeldes do Iêmen, os houthis, havia reivindicado a autoria do atentado contra a petroleira. Os houthis estão em uma guerra civil pelo controle de seu país. Eles são apoiados pelo Irã, e lutam contra uma coalizão que é liderada pela Arábia Saudita.

Os sauditas dizem que, pelas características dos restos dos mísseis encontrados no complexo de óleo e gás, eles não podem ter sido disparados do Iêmen.

Zarif, no entanto, reiterou na entrevista desta quinta (19) que os rebeldes houthis foram os autores. Isso porque eles aumentaram sua capacidade militar e são capazes de realizar uma operação sofisticada, como a do sábado (14).

Fonte: AcheiUSA