O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se reuniu com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na cúpula do G7, no Japão, no sábado (20). Essa foi a primeira reunião pessoal entre os dois desde o início da invasão da Rússia.

Modi – que até agora se recusou a condenar a invasão – disse que a Índia faria “tudo o que pudesse” para ajudar a acabar com a guerra.

“A guerra na Ucrânia é um grande problema para o mundo inteiro”, disse ele. “Também teve muitos efeitos em todo o mundo. Mas não considero que seja apenas uma questão de economia ou política. Para mim, é uma questão de humanidade.”

De sua parte, Zelensky convidou Modi a se juntar aos esforços de paz na Ucrânia para encerrar a guerra contra a Rússia.

A participação pessoal de Zelensky no G7 – não confirmada pelo país anfitrião, o Japão, até a manhã de sábado – dá ao líder a oportunidade de se encontrar com os países membros que já apoiam diretamente a Ucrânia – Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e os Estados Unidos — e pressioná-los por ajuda militar contínua.

Mas também oferece a Zelenksy a chance de buscar apoio para a Ucrânia com líderes de outras nações que também participam da cúpula — algumas das quais não se juntaram ao Ocidente para alavancar sanções contra a Rússia ou aquelas, como a Índia, que se recusaram a condenar a Rússia nas Nações Unidas.

Índia segue uma linha cuidadosa

A Índia é historicamente um grande comprador de armamento russo e tem laços de longa data com Moscou. Também aumentou as compras de energia russa – fornecendo sustento econômico fundamental para o governo do líder Vladimir Putin, mesmo quando o Ocidente impõe amplos controles sobre essa importante fonte de receita.

Embora Nova Délhi tenha enviado ajuda humanitária à Ucrânia durante a guerra, ela se absteve das resoluções da ONU pedindo a retirada russa e condenando sua invasão.

Ganhar apoio ou compreensão de líderes como Modi pode ser uma motivação importante para levar Zelensky a participar do G7, disseram analistas. Outras nações participantes incluem Indonésia, Austrália, Brasil, Coréia e Vietnã.

No caso de Modi, laços estreitos com a Rússia podem significar o potencial de pressionar Putin ou manter sua economia funcionando.

No ano passado, Modi falou com Putin sobre a necessidade de “seguir para um caminho de paz” durante um encontro cara a cara com o líder russo na cúpula da Organização de Cooperação de Xangai, no Uzbequistão, em setembro.. Na época isso foi visto como um sinal de impaciência de Nova Délhi com o prolongamento do conflito.

Mas meses depois, o líder indiano pareceu comprometido em seguir uma linha cuidadosa, sem condenar explicitamente o Kremlin ou pedir sua retirada.

Modi falou com Zelensky por telefone várias vezes desde a invasão da Rússia. Em dezembro, o líder indiano reiterou seu apelo pela “cessação das hostilidades” e “diálogo” para resolver o conflito.

O plano de paz de Zelensky pede a restauração das fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia e a retirada das tropas russas.

Líderes ocidentais criticaram os pedidos de cessar-fogo que não incluem também a retirada das tropas russas, dizendo que isso equivale a ajudar Moscou a solidificar o território que anexou.

Zelensky também participou da cúpula da Liga Árabe na Arábia Saudita na sexta-feira (19), onde pediu a simpatia dos líderes da Arábia Saudita que “fazem vista grossa” à guerra na Ucrânia.

No G7, Zelensky está programado para sentar-se com líderes dos países membros do G7, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, bem como participar de uma sessão mais ampla sobre paz e estabilidade, incluindo outros convidados nações, disse o Japão no sábado.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Fonte: CNN Brasil