O verão se despede no próximo sábado (19) com recorde de calor em boa parte do Brasil. No Rio de Janeiro, uma das três capitais que registrou as temperaturas mais altas da estação, os termômetros devem marcar 38ºC, segundo o Climatempo.

No entanto, no próprio sábado, uma frente fria associada a uma intensa massa de ar polar vai atingir a região Sul e provocar chuva.

No primeiro dia do outono, que começa às 12h33 do domingo (20), as temperaturas começam a cair. Os termômetros não devem superar os 18ºC nas capitais do sul do país, o que pode provocar geada na região, entre a segunda e a terça-feira da próxima semana.

A chuva também virá intensa a partir de domingo, principalmente, nas faixas leste do litoral de Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo e pode atingir o Rio de Janeiro na segunda-feira.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê volumes de chuva superiores a 100 milímetros, especialmente, no litoral fluminense e na Costa Verde, o que pode provocar impactos para a população dessas áreas.

Segundo o Inmet, esse não foi o verão mais quente dos últimos anos, mas foi atípico, por conta da falta de chuvas em diversas regiões. Em geral, elas são regulares nos meses de janeiro, fevereiro e março. Uma massa de ar quente e seco impediu a chegada de frentes frias, principalmente no Rio de Janeiro.

“Esse foi um verão atípico porque, o normal é chover bastante nos meses de janeiro, fevereiro e março, no entanto a chuva foi pouca e irregular”, explica a meteorologista do Inmet, Marlene Leal.

Em relação à próxima estação, os brasileiros podem esperar chuva abaixo da média e temperaturas mais baixas, pois é comum nessa época do ano a inserção de ar polar, principalmente, a partir de maio.

Mudanças climáticas explicam faltas de chuvas e oscilação de temperatura

O ambientalista e presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Carlos Bocuhy, ressalta que a tendência das mudanças climáticas é causar uma irregularidade no clima.

“Toda essa alteração do clima com picos de calor e depois picos resfriamento faz parte do quadro, isso é uma característica do aquecimento global. Esses episódios de ondas intensas de calor em período de verão serão muito mais frequentes”, disse.

“A instabilidade de chover muito e não chover é uma característica das mudanças climáticas, o principal alerta é esse, chove muito de maneira concentrada seguida de veraneio. Essas mudanças tiram a regularidade do clima, ou seja, ao invés de ter mais chuvas constantes e amenas, temos chuvas de uma vez e depois não chove” esclarece.

Ele cita que o sexto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), de 2021, já mostra que as temperaturas devem subir ainda mais.

O documento alerta que o mundo já está 1,1ºC mais quente que antes do período industrial. Se ultrapassar os 1,5ºC, os impactos podem ser irreversíveis e a instabilidade climática será ainda mais recorrente.

“Com aquecimento de 2ºC, por exemplo, até 18% de todas as espécies terrestres estarão em alto risco de extinção”, aponta o relatório.

Fonte: CNN Brasil