Estamos prestes a ver o lado invisível do espaço.

O Telescópio Espacial James Webb será o principal observatório espacial da próxima década, quando for lançado. O lançamento do telescópio está previsto para este sábado (25), de manhã, na Guiana Francesa. A cobertura ao vivo estará disponível no canal Nasa no YouTube, a partir das 6h nos Estados Unidos, e 8h no Brasil (pelo horário de Brasília).

Além de investigar a riqueza de planetas fora de nosso sistema solar, o observatório examinará algumas das primeiras galáxias que se formaram após o Big Bang e a própria estrutura do universo.

Webb atuará como um detetive infravermelho, detectando a luz que é invisível para nós, e revelando regiões do espaço que seriam ocultas de outra forma.

O telescópio Webb examinará todas as fases da história cósmica, incluindo os primeiros raios de luz após o Big Bang que criaram nosso universo e a formação das galáxias, estrelas e planetas que o preenchem hoje. Suas capacidades permitirão ao observatório responder a perguntas sobre nosso próprio sistema solar e investigar sinais fracos das primeiras galáxias formadas há 13,5 bilhões de anos.

“Atualmente, podemos ver galáxias de 500 milhões a 600 milhões de anos após o Big Bang, quase 13 bilhões de anos atrás”, disse Marcia Rieke, professora de astronomia do Observatório Steward da Universidade do Arizona e principal pesquisadora da Near Infrared Camera no telescópio Webb.

Até agora, o que os cientistas observaram neste período de tempo parece semelhante ao que já conhecemos.

“No entanto, a lógica determina que em algum ponto durante as primeiras centenas de milhões de anos, esses objetos de aparência familiar devem ter vindo de algum lugar e evoluído”, disse Rieke. “Afinal, as galáxias não surgem do nada, simplesmente da noite para o dia”.

A câmera infravermelha no telescópio Webb pode revelar as primeiras luzes fracas das galáxias conforme se formaram durante a infância do universo.

Conforme o universo se expande, essas galáxias distantes estão se afastando de nós tão rapidamente que os comprimentos de onda de luz se estendem até o ponto em que são apenas fracamente visíveis na luz infravermelha, disse Rieke.

Origens do universo e como ele evoluiu Com as capacidades do Webb, pesquisadores poderão chegar quatro vezes mais perto do Big Bang do que o telescópio espacial Hubble, declarou. Hubble observou o universo 450 bilhões de anos depois do Big Bang. O marido de Marcia Rieke, George Rieke, professor regente no Observatório Steward, na Universidade do Arizona, também está trabalhando no Webb como chefe do time de ciência para o instrumento de infravermelho médio do telescópio.

Este instrumento irá permitir que o Webb observe mais longe pelo espectro infravermelho. Cada telescópio espacial adiciona o conhecimento obtido pelo anterior. No caso do Webb, seu espelho é quase 60 vezes mais largo que telescópios anteriores, incluindo o já aposentado telescópio espacial Spitzer. O observatório ainda aprimorou a sensibilidade e resolução do telescópio espacial Hubble.

Coletar observações infravermelhas do espaço previne interferência criada pelo calor do nosso planeta na atmosfera. A nave espacial inclui um escudo solar de cinco camadas que se desdobra até chegar ao tamanho de uma quadra de tênis. Ele irá proteger o espelho gigante do Webb e instrumentos do calor do sol uma vez que eles precisam ser mantidos em uma temperatura de 370 graus Fahrenheit negativos (188 graus Celsius negativos) para operar.

“É muito excitante que iremos estar olhando coisas que estavam completamente for a de alcance antes”, disse George Rieke. Questões-chave sobre o universo poderão ser respondidas quando cientistas tiverem acesso aos dados de diferentes cumprimentos de onda de luz. “A excitação na astronomia nos últimos 70 anos tem sido olhar para diferentes cumprimentos de ondas”, disse George Rieke.

“Antes disso, toda astronomia era feita em óptica (luz visível) e olhar para o universo em óptica é como ir a um concerto sinfônico e escutar apenas uma nota. آAgora, iremos escutar toda a sinfonia”, continuou.

As observações feitas pelo Webb podem confirmar ou derrubar totalmente as previsões e ideias que os cientistas têm sobre a origem do universo e como ele evoluiu.

“Queremos saber como chegamos aqui a partir do Big Bang?”, disse John Mather, cientista sênior do projeto da Nasa para o Telescópio Espacial James Webb. “Queremos olhar para o crescimento dessas primeiras galáxias. Existem áreas escuras de poeira distorcendo nossa visão dos primórdios desse tempo em que as estrelas estão crescendo, mas podemos vê-las com infravermelho”.

Entender por que galáxias distantes são tão diferentes daquelas mais próximas de nossa própria galáxia, a Via Láctea, ajudaria a preencher uma crítica lacuna do nosso conhecimento.

“Temos 13,8 bilhões de anos de história do universo e ainda faltam alguns parágrafos importantes no primeiro capítulo dessa história”, disse Amber Straughn, astrofísica e cientista-adjunta do projeto Webb para comunicações no Goddard Space Flight Center, da Nasa, em Maryland.

“O que realmente estamos tentando fazer aqui é descobrir como juntar essas peças da história e aprender mais sobre todo esse processo”.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

versão original

Fonte: CNN Brasil