Na quarta-feira (8), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) novamente em 1,5 ponto percentual e o índice chegou a 9,25% ao ano. Em comunicado, o BC já indicou nova alta do mesmo patamar em fevereiro, o que levaria a 10,75% ao ano.

Na internet, viralizou uma sátira da abertura do Domingão do Faustão do início dos anos 1990, com mensagens na tela que retratam dramas atuais do brasileiro com a economia e a política.

“Achou que não ia ter meme da Selic pegando fogo, bicho?! Errrrrrou!”, diz @lucasgoldstein na legenda do vídeo no Instagram.

O ex-apresentador da Globo, que vira um gigante na peça original, na releitura é retratado como a Selic, que não para de crescer em meio a um cenário de pandemia, ômicron, dólar em alta e bolsa em queda, representados pelas bailarinas do programa.

Paulo Guedes e o governo Bolsonaro são lembrados no momento em que o gigante Faustão quebra o teto do estúdio Fênix, no Rio de Janeiro, onde o programa era gravado —em alusão à defesa que o ministro da Economia fez para o estouro do teto de gastos, que expande o limite de gastos federais.

Já o Cristo Redentor, o salvador, aparece com a legenda de FMI (Fundo Monetário Internacional), enquanto uma mulher na frente do estúdio observa o Faustão e a alta dos juros —ela representa os investidores e empresários da avenida Faria Lima, em São Paulo.

Outro transeunte que passa em frente ao estúdio enquanto Faustão quebra tudo é o brasileiro em apuros, com pedras caindo sobre ele.

Já o investidor internacional vê a paisagem de “Pibinho“, pede que Deus o livre e foge do país com asa-delta, sobrevoando as belas paisagens cariocas.

O caos continua com a Selic gigante andando por aí. Caminhando na região da avenida Paulista, já em São Paulo, com inflação correndo solta, o apresentador observa o coitado que financiou apartamento dirigindo um carro, com dívidas empilhadas, penhorou o apê novinho, que perdeu o emprego e a filha para o Onlyfans.

Ainda em uma das principais vias de São Paulo, motoristas com carros batidos e empilhados representam o Serasa — os brasileiros endividados, após a passagem do gigante.

As cenas ilustram bem o resultado de uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria): a economia está ruim ou péssima para 70% dos brasileiros.

A próxima parada é nas cataratas de Foz do Iguaçu, com o mercado internacional. Um jornalista com binóculos observa. Ele faz parte de um grupo de turistas com as tradicionais capas de chuva amarelas e câmeras em mãos. No vídeo, porém, eles são na verdade os profissionais da revista The Economist, “os únicos malucos que ainda se importam com o Brasil”.

O gigante chega finalmente a Brasília, onde vê o “grande acordo nacional” e “político sem noção dando calote em precatório”. Na surdina, ainda as cenas mostram um homem que representa um curral eleitoreiro e uma mala com orçamento secreto em ação com uma mulher, a parlamentar, no caso.
​Após encontro com o corrupto, ela fecha as portas do quarto e do armário sai um homem, que dá vida à “rachadinha“, para abraçá-la.

Em Salvador, por fim, as baianas assustadas com grande Selic ambulante caracterizam o trabalhador informal, categoria bastante prejudicada com a inflação.