O fundador da SpaceX, Elon Musk, declarou, nesta segunda-feira (17), que retirou o pedido de financiamento que a empresa havia feito ao Pentágono para começar a pagar os serviços de internet via satélite da Starlink na Ucrânia.

O anúncio de Musk no Twitter foi feito após uma reportagem exclusiva da CNN, que revelou que a SpaceX fez uma solicitação em setembro dizendo que não era mais capaz de doar os terminais críticos da Starlink ou apoiar o serviço de acompanhamento “por um período indefinido de tempo”.

A SpaceX pediu ao Pentágono que começasse a pagar pelo serviço dos atuais terminais operados pelo governo ucraniano, além de financiar quase 8.000 novos terminais para os serviços militares e de inteligência da Ucrânia.

Depois que a reportagem da CNN revelou o pedido e mostrou com mais detalhes de que a SpaceX não é a única responsável pelo acesso ao Starlink na Ucrânia, Musk manifestou no sábado (15): “Para o inferno com isso… ainda perdendo dinheiro e outras empresas estão recebendo bilhões de dólares dos contribuintes, continuaremos financiando o governo da Ucrânia de graça.”

Nesta segunda, a fala de Musk foi mais longe. Ele disse que a medida foi tomada para rescindir o pedido ao Departamento de Defesa.

A CNN perguntou ao Pentágono se a SpaceX realizou a ação de retirada de seu pedido de financiamento.

Duas fontes com conhecimento sobre as discussões entre a SpaceX e o Pentágono disseram à CNN que na sexta-feira (14), antes da aparente mudança de postura de Musk, o Pentágono havia de fato concordado com o pedido da SpaceX para pagar pelo serviço contínuo para o governo da Ucrânia e a nova solicitação do comandante-geral do país.

Essa solicitação de financiamento foi de US$ 124 milhões (R$ 654 milhões) para o restante de 2022. Não está claro qual foi o valor final ou os termos acordados.

“Para ser preciso, 25.300 terminais foram enviados para a Ucrânia, mas, atualmente, apenas 10.630 estão pagando pelo serviço”, revelou Musk.

A carta da SpaceX ao Pentágono, enviada em 8 de setembro, expressou que a empresa pagou cerca de 70% do serviço de internet dos terminais da Ucrânia – que é avaliado em até US$ 4.500 por mês (R$ 23,7 mil) – mas financiou totalmente apenas cerca de 15% dos 20 mil terminais. O restante foi pago por governos como EUA, Reino Unido e Polônia, além de iniciativas privadas.

Um alto funcionário da defesa disse a repórteres que o Pentágono não pagou nada à SpaceX pela Starlink na Ucrânia “neste momento”.

“É algo que estamos discutindo com a SpaceX em termos de qual suporte potencial poderia ser fornecido, mas neste momento, o DoD não pagou pelos serviços da SpaceX no que se refere ao Starlink na Ucrânia”, disse o funcionário.

Alguns países europeus manifestaram apoio ao financiamento do Starlink da SpaceX na Ucrânia, explicou um funcionário local à CNN.

O tema foi discutido informalmente no Conselho de Relações Exteriores da União Europeia, continuou o funcionário.

O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, expôs no sábado que “a conectividade com a Internet da Ucrânia é importante demais para ser deixada nas mãos de um indivíduo”.

“Vamos encontrar uma maneira de formar uma coalizão de aliados da Ucrânia para pagar pela Starlink, ou vamos encontrar um fornecedor alternativo. A Lituânia está pronta para contribuir”, expressou Landsbergis.

Musk foi alvo de críticas consideráveis ​​por promover um plano de paz que muitos veem como abertamente pró-Rússia, que incluiria a entrega oficial da Crimeia.

Hoje, no entanto, ele continuou a pressionar sua proposta, dizendo: “Se a Rússia for confrontada com a escolha de perder a Crimeia ou usar armas nucleares no campo de batalha, eles escolherão o último”.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Fonte: CNN Brasil