Um recorde de US$ 3,8 bilhões (cerca de R$ 19,2 bi) em criptomoedas foi roubado de vários serviços no ano passado, com muitos desses roubos conduzidos por hackers ligados à Coreia do Norte, de acordo com um relatório da empresa de análise de blockchain Chainalysis divulgado na quarta-feira (1°).

O aumento nos roubos de criptomoedas, de US$ 3,3 bilhões (R$ 16,6 bi) em 2021, ocorreu quando o mercado geral de criptomoedas sofreu quedas significativas.

O valor do Bitcoin, por exemplo, caiu mais de 60% no ano passado.

A Coreia do Norte foi um dos principais impulsionadores do aumento dos roubos, de acordo com o relatório.

Hackers ligados ao país roubaram cerca de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,5 bi) em criptomoedas por meio de vários hacks em 2022, contra US$ 429 milhões (R$ 2,1 bi) no ano anterior, disse Chainalysis.

O FBI culpou hackers ligados ao governo norte-coreano por mais de US$ 600 milhões hackear a rede Ronin do videogame Axie Infinity em março e uma empresa de criptomoedas Harmony de US$ 100 milhões, em junho.

“As exportações totais da Coreia do Norte em 2020 totalizaram US$ 142 milhões em mercadorias, então não é exagero dizer que o hacking de criptomoedas é uma parte considerável da economia do país”, observou Chainalysis no relatório.

Autoridades dos EUA temem que Pyongyang use dinheiro roubado de hackers de criptomoedas para financiar seu programa ilícito de armas nucleares e balísticas.

Hackers norte-coreanos roubaram o equivalente a bilhões de dólares nos últimos anos invadindo bolsas de criptomoedas, de acordo com as Nações Unidas.

Além de hackear empresas de criptomoedas, supostos norte-coreanos se fizeram passar por outras nacionalidades para se candidatar a empregos nessas empresas e enviar dinheiro de volta a Pyongyang, alertaram agências americanas publicamente.

Em geral, os protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) foram o principal alvo dos hackers, respondendo por mais de 80% de todas as criptomoedas roubadas no ano, de acordo com o relatório.

Esses protocolos são usados ​​para substituir as instituições financeiras tradicionais por software que permite aos usuários realizar transações diretamente uns com os outros por meio do blockchain, o livro-razão digital que sustenta as criptomoedas.

Dos ataques aos sistemas DeFi, 64% foram direcionados a protocolos de ponte entre cadeias, que permitem aos usuários trocar ativos entre diferentes blockchains. Os serviços de ponte normalmente possuem grandes reservas de várias moedas, tornando-os alvos de hackers.

Embora os hacks de criptografia tenham continuado a aumentar no ano passado, há motivos para esperança.

As agências de aplicação da lei e de segurança nacional estão expandindo suas habilidades para combater criminosos digitais, como a recuperação do FBI de US$ 30 milhões em criptomoedas roubadas no hack Axie Infinity.

Esses esforços, combinados com outras agências que combatem as técnicas de lavagem de dinheiro, “significam que esses hacks ficarão mais difíceis e menos frutíferos a cada ano que passa”, de acordo com Chainalysis.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Fonte: CNN Brasil