Segundo reportagem publicada no jornal americano The New York Times, a cidade de Nova York moveu um processo contra a revista de moda e cultura L’Officiel por não pagar ilustradores, fotógrafos, escritores e produtores freelancers.

Peter Hatch, que faz parte do Departamento de Proteção ao Consumidor e Trabalhador, diz que esse é o primeiro grande caso desde que uma lei do município, chamada “Freelance Isn’t Free Act”, entrou em vigor, em 2017.

Por meio da norma, 24 profissionais que trabalharam no veículo deram queixa sobre pagamentos atrasados. A ação pede que a revista pague o dobro do que deve a eles, além da nomeação de um interventor para garantir que a L’Officiel USA mude suas práticas.

A L’Officiel só respondeu duas de todas as notificações, que começaram a ser enviadas em 2018.
Natasha Stagg, uma dos que denunciaram, afirma que ainda não recebeu os US$ 1.000 (cerca de R$ 5.700) prometidos por um artigo sobre a escritora Elizabeth Wurtzel.

“Eu tuitei sobre o meu problema com a L’Officiel. Em vez de ter sido paga, recebi toneladas de mensagens de pessoas que estavam na mesma situação”, disse ela ao jornal.

A escritora se revolta pelo fato de a revista ter passado por um rebranding —termo usado para quando uma empresa passa por um processo de mudança de identidade visual— em 2020, no qual teria sido gasto muito dinheiro.

Segundo o texto do New York Times, as revistas de moda têm ganhado fama pelos baixos salários que oferecem para funcionários como estagiários e freelancers.

Outro dos que deram queixa, Dean Quigley trabalhou como diretor de arte da L’Officiel em 2019 e afirma que a empresa lhe deve US$ 15.320 (mais de R$ 87 mil). Ele diz que esse dinheiro poderia ter o ajudado no início da pandemia para pagar dívidas de empréstimos estudantis e despesas médicas.

Procurados pelo New York Times, o presidente da L’Officiel USA, o presidente-executivo da L’Officiel Inc. na França e o diretor de criação da L’Officiel USA não responderam aos emails.

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