O CEO da Revista Raça e especialista da CNN, Maurício Pestana, declarou, nesta sexta-feira (7), que o racismo não impediu a genialidade de Sidney Poitier. O primeiro ator negro a ganhar a estatueta do Oscar de melhor ator morreu hoje, aos 94 anos.

“Mais do que abrir portas, Poitier era genial. Ele seria genial em qualquer coisa que fizesse. São poucas as pessoas que nascem com essa genialidade e que o racismo não consegue impedi-los de se tornar o que eles são: gênios”, afirmou Pestana.

“Essa genialidade ele usou na luta contra o racismo. Se pudesse compará-lo nos dias de hoje, seria com Lewis Hamilton [heptacampeão da Fórmula 1], que consegue usar sua genialidade na luta contra o racismo”, continuou.

Poitier ganhou o Oscar por “Uma Voz na Sombras”, em 1963, no qual interpretou um trabalhador itinerante que ajuda um grupo de freiras brancas a construir uma capela.

Sidney Poitier / REUTERS/Danny Moloshok

Muitos de seus filmes mais conhecidos exploraram as tensões raciais enquanto os americanos lutavam contra as mudanças sociais provocadas pelo movimento dos direitos civis.

Houve uma grande luta para que suas obras fossem distribuídas no sul dos Estados Unidos. A escolha de seus papéis se limitou ao que os estúdios dirigidos por brancos produziriam. Os tabus raciais, por exemplo, o excluíam da maioria dos personagens românticos.

“A indústria [cinematográfica] foi construída por brancos e é uma indústria branca. Só a pouco tempo se deu conta do seu racismo e do quanto ela negligenciou figuras maravilhosas e talentosas que apareceram durante esse tempo. Mas eu diria que estão correndo contra o tempo e começa a valorizar hoje esses talentos negros”, analisoi Pestana.

(*Com informações da CNN)

Fonte: CNN Brasil