O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, questionou o cálculo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) sobre proporção crianças vítimas da Covid-19. “E essa continha de dizer que morre uma criança a cada dois dias é uma continha que está errada porque isso é desde o começo da pandemia. Está considerando todos os óbitos desde o início da pandemia”, disse Queiroga.

De acordo com a Fiocruz, uma criança com menos de 5 anos morre de Covid-19 a cada dois dias, em média, no país.

Em agenda em São Paulo nesta sexta-feira (21), Queiroga também negou que haja atraso por parte do Governo Federal em decidir sobre a vacinação de bebês contra a Covid-19. “Qual foi o atraso? A Inglaterra não aplica essas vacinas, está atrasado lá?”, questionou o ministro.

Apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter autorizado o uso do imunizante da Pfizer para crianças acima de seis meses de idade, a pasta recomendou a aplicação somente em bebês com comorbidades.

“A Anvisa é apenas uma autorização para que a vacina seja aplicada no Brasil. Difere da incorporação da tecnologia pelo Sistema Único de Saúde. A lei estabelece que as incorporações de tecnologia obedeçam a avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia do SUS. Durante a pandemia, vivíamos uma exceção, uma emergência de saúde pública de importância nacional e com isso se agilizou as avaliações das vacinas e a disponibilização para os estados e municípios. Agora a “espinha passou”, então tem que passar pela Conitec para avaliar. O que Ministério fez, de maneira cautelar, foi autorizar a aplicação dessas vacinas nas crianças com comorbidades. Não tem atraso nenhum”, disse.

Vacinação contra a poliomielite não atinge meta

Outras doenças também causam preocupação. A meta do Ministério era vacinar  contra à poliomielite 95% dos menores de cinco anos de idade, o que corresponde a cerca de 11,5 milhões de crianças.

No entanto, os dados mais recentes dão conta de que, até o último dia 14 de outubro, a cobertura vacinal contra a pólio está em 65,6% do público-alvo, ou seja, cerca de 7,6 milhões de crianças.

Entre os bebês menores de um ano a cobertura é ainda menor: 44,8%.A mobilização nacional começou em agosto e foi até o fim de setembro. No entanto, apenas o estado da Paraíba atingiu a meta nacional, com 95,09% das crianças imunizadas.

Apesar de o país não ter casos de paralisia infantil, desde 1989, existe uma preocupação de retorno da doença porque a cobertura vacinal vem caindo desde 2015. De acordo com o Ministério da Saúde, a meta de imunização em crianças menores de 1 ano já não é atingida desde 2017.

“Tem havido nos últimos anos uma queda das coberturas vacinais no mundo inteiro, por vários motivos. Entre eles, porque as novas gerações não sabem o que é poliomielite. As mães, os pais, não sabem o que é ter um filho com sequela da poliomielite. Então tem uma falsa segurança de que esse inimigo não está mais presente. Um outro fato é que, durante a pandemia, as unidades de saúde e as escolas foram fechadas. E isso dificultou o acesso da população às vacinas”, disse o ministro.

A poliomielite ou pólio é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus. Nos casos mais graves, ela provoca o comprometimento do sistema nervoso e pode levar à morte.

O ministro reafirmou que as vacinas seguem disponíveis em nas mais de 40 mil salas de vacinação do Brasil. “Todo dia é dia de campanha de vacinação no Brasil. São mais de 22 vacinas disponíveis”, lembrou.

Fonte: CNN Brasil