É como diz o samba gravado em 1982: “a toda hora rola uma história, e é preciso estar atento”. Quem não estava, perdeu um encontro inusitado nesta segunda-feira (04). Enquanto todos os olhares e holofotes estavam voltados para o elevador de onde desceria o ex-presidente Michel Temer após o encontrar o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, o sempre discreto Paulinho da Viola passava, sem ser incomodado, pelo saguão de um hotel nos Jardins, bairro nobre de São Paulo.

O sambista cruzou o salão para encontrar pesquisadores do Instituto Glória ao Samba, que foram ao local para lhe entregar uma cópia do recém-lançado vinil Portela 59, um compilado de composições raríssimas da escola de samba de Paulinho.

Surpreso ao ver a quantidade de câmeras e sem saber que se tratava de Temer, Paulinho procurou e se sentou para conversar com Paulo Mathias e Eduardo Pontin, pesquisadores do Instituto Glória o Samba, criado em 2007 para pesquisar e divulgar canções e sambistas pouco conhecidos sobretudo das décadas de 1920 a 1960.

Uma hora de conversa depois e o ministro da Cultura português, Pedro Adão e Silva, percebeu que estava na presença de um dos maiores sambistas brasileiros. Na sequência dos cumprimentos, veio o presidente do país, Marcelo Rebelo de Souza.

“Paulinho lhe disse que iria fazer shows em Portugal em 2020, mas não conseguiu por causa da pandemia. O presidente português, uma figuraça, tirou selfie com a gente. Um encontro casual”, contou Eduardo Pontin à CNN.

Mas, como continua a letra do samba, gravado em 1982, “a todo instante rola um movimento, que muda o rumo dos ventos”, e Paulinho da Viola ficou de mãos abanando: o presidente de Portugal gostou tanto da conversa que acabou levando o único LP Portela 59 para terrinha. E o sambista ficou com a promessa de receber um exemplar do disco em casa.

Fonte: CNN Brasil