• Madeline Halpert
  • Da BBC News em Washington

9 dezembro 2022

Imagem reconstruída do rosto do 'menino na caixa' por um artista forense

Crédito, National Center for Missing & Exploited Children

O rosto do menino foi reconstruído por um artista forense

A polícia identificou um menino encontrado morto em uma caixa na cidade de Filadélfia, nos Estados Unidos, há mais de 60 anos.

A criança, conhecida por gerações como o “menino da caixa”, foi identificada como Joseph Augustus Zarelli.

De acordo com a polícia, a tecnologia de DNA e o trabalho de investigação ajudaram a finalmente identificar o corpo.

Mas o caso continua sendo o homicídio não resolvido mais antigo da cidade.

O mistério “assombra esta comunidade”, afirmou a comissária de polícia da Filadélfia, Danielle Outlaw.

Em entrevista coletiva na quarta-feira (07/12), a polícia informou que não divulgaria o nome dos pais da criança — e se recusou a dizer quem foi o responsável por sua morte.

A investigação continua em aberto, segundo a polícia, que pediu a ajuda da população para obter mais detalhes da vida do menino.

Os detetives haviam tentado usar testes de DNA para identificar a vítima a partir de seus restos mortais, mas a amostra foi considerada insuficiente.

Mais tarde, um especialista forense conseguiu usar a mesma amostra de DNA para identificar parentes do menino.

As autoridades vasculharam os registros de nascimento e adoção para ligar o menino aos pais. Ele nasceu em 13 de janeiro de 1953, segundo o departamento.

Em fevereiro de 1957, os restos mortais de um menino com idade entre quatro e seis anos foram encontrados enrolados em um cobertor dentro de uma caixa de papelão de berço em uma área florestal no bairro de Fox Chase, na Filadélfia.

O menino, que estava nu e muito machucado, pesava apenas 13 quilos e tinha várias pequenas cicatrizes pelo corpo, de acordo com o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas. Ele foi espancado até a morte, segundo a polícia.

Cartazes com a foto do menino foram distribuídos por toda a cidade.

A polícia local, médicos detetives e analistas de DNA tentam há décadas desvendar o caso, seguindo centenas de pistas a nível local e nacional.

O caso também se tornou um fascínio para detetives profissionais voluntários, incluindo um grupo chamado Vidocq Society, ao qual a polícia agradeceu pela ajuda durante a entrevista coletiva na quarta-feira.

Os detetives seguiram milhares de pistas sem sucesso, incluindo que o menino teria sido sequestrado em um supermercado de Long Island, em Nova York, e que seria um refugiado húngaro.

Os restos mortais do menino foram enterrados em um cemitério local com uma lápide em que se lê “Criança Desconhecida da América”.

Ninguém deveria “ter que esperar tanto” para que seu nome e a história de sua vida fossem revelados, disse a comissária de polícia na quarta-feira.

Fonte: BBC