O médico infectologista André Kalil, pesquisador da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, declarou nesta terça-feira (28), em entrevista à CNN, que não há tempo para discussão sobre prescrição médica para a vacina contra a Covid-19 para crianças. Segundo ele, o que o governo deve discutir, agora, é a eficácia do imunizante.

“Estamos correndo contra o tempo para entrarmos nessa discussão. Assim como nos Estados Unidos, o papel do governo brasileiro é facilitar e assegurar a eficácia da vacina, independente da fabricante ou de faixa etária. Isso deve ser feito de forma transparente. Estamos numa situação grave. Precisamos nos proteger e seguir a ciência”, disse Kalil.

Em meio ao debate sobre a vacinação infantil, o infectologista também reforçou que a nova variante Ômicron tem infectado mais crianças nos Estados Unidos. E para ele, o cenário não deve ser diferente em outros países.

“Está havendo uma alta de hospitalizações pediátricas nos Estados Unidos, isso também acontece na África do Sul, Inglaterra. Não há dúvidas: a nova variante tem atingido mais crianças, que na maioria das infectadas não são vacinadas”, continuou o pesquisador, que também alertou para as consequências de uma infecção da Ômicron em uma criança.

“Uma doença que causa Covid longa nas crianças, causa problemas crônicos. Estamos preocupados com as crianças em todo o mundo. A vacina deve ser oferecida o mais rápido possível, isso para facilitar retorno á escola, evitar contaminação de adultos. Assim vamos proteger nossas crianças e nossa sociedade”, acrescentou.

Cuidados básicos ajudam a prevenir a Covid-19 e a gripe

Diante do aumento das infecções pela variante Ômicron em diversos países, o mundo registrou, nesta terça-feira, o recorde de casos diários de Covid-19 desde o início da pandemia. Foram contabilizados 1,45 milhão novos casos em um único dia ao redor do planeta.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Ômicron já chegou em mais de 110 países. Há evidências consistentes de que a nova variante tem uma vantagem de crescimento substancial sobre a Delta.

Os estudos apontam que a Ômicron está se espalhando significativamente mais rápido do que a variante Delta em países com transmissão comunitária documentada, com um período de duplicação de dois a três dias.

*Com informações de Lucas Rocha, da CNN

Fonte: CNN Brasil