Um novo par de olhos de raios-X no universo está nos permitindo ver objetos extremos como nunca antes. Pouco mais de dois meses após seu lançamento, o mais novo explorador da Nasa — o Imaging X-Ray Polarimetry Explorer, ou IXPE — compartilhou suas primeiras imagens.

E são deslumbrantes. Oferecem um vislumbre de Cassiopeia A, o famoso remanescente de uma supernova.

Nuvens de gás roxas brilhantes podem ser vistas ao redor dos restos da estrela. Essas nuvens foram criadas quando as ondas de choque da explosão aqueceram o gás circundante a temperaturas incrivelmente altas, acelerando partículas de alta energia chamadas raios cósmicos.

“A imagem do IXPE de Cassiopeia A é bellissima, e estamos ansiosos para analisar os dados de polarimetria para aprender ainda mais sobre esse remanescente de supernova”, disse Paolo Soffitta, o principal pesquisador italiano do IXPE no Instituto Nacional de Astrofísica de Roma.

A espaçonave, um esforço colaborativo entre a NASA e a Agência Espacial Italiana, carrega três telescópios. Embora Cassiopeia A tenha sido observada anteriormente usando outros telescópios, o IXPE foi projetado para revelar novos insights sobre alguns dos objetos mais extremos do universo, como supernovas, buracos negros e estrelas de nêutrons.

Os belos remanescentes da supernova estão localizados a cerca de 11 mil anos-luz da Terra. Agora é uma bolha gigante de gás quente em expansão, e é o remanescente mais jovem conhecido de uma explosão de supernova em nossa galáxia Via Láctea. A luz desta supernova atingiu a Terra pela primeira vez na década de 1670.

Leituras polarizada de Cassiopeia A / NASA

Novas descobertas

Na nova imagem, os dados de raios-X anteriormente capturados pelo Observatório de Raios-X Chandra da NASA podem ser vistos em azul. O Chandra foi lançado em 1999 e mirou a Cassiopeia A imediatamente, revelando a presença de um buraco negro ou uma estrela de nêutrons no centro do remanescente de supernova.

“A imagem do IXPE de Cassiopeia A é tão histórica quanto a imagem do Chandra do mesmo remanescente de supernova”, disse Martin C. Weisskopf, investigador principal do IXPE. “Isso demonstra seu potencial para obter informações novas e nunca antes vistas”.

A nova missão da NASA orbita 600 quilômetros acima da Terra e acabou de encerrar uma fase de um mês de testes de seus instrumentos. Embora o IXPE não seja tão grande quanto o Chandra, é o primeiro observatório espacial desse tipo.

O satélite pode ver um aspecto muitas vezes esquecido das fontes de raios cósmicos chamado polarização. A luz se torna polarizada quando passa por algo que faz com que suas partículas se espalhem.

Toda luz polarizada traz a marca única de sua fonte e do que ela passou no caminho. Enquanto as ondas de luz não polarizada podem vibrar em qualquer direção, a luz polarizada vibra apenas em uma direção.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Fonte: CNN Brasil