O professor de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) Lucas Leite disse, nesta quarta-feira (23), em entrevista à CNN, que não observa no momento a utilização de armas químicas, biológicas ou nucleares pela Rússia contra a Ucrânia.

“O custo desse tipo de armamento seria naturalmente uma escalada do conflito. Não sei se nesse ponto, mesmo com esse impasse em relação ao controle de Kiev, se Putin usaria desse tipo de armamento, porque de fato a guerra é custosa e tem essas questões problemáticas em relação a suprimentos, demanda de alimentos, de armamento e coisa do tipo. Porém, uma grande parte do país, pelo menos a que mais interessa à Rússia, já está sob controle”, afirma Leite.

“A guerra inclui todas as possibilidades, e quando se pensa em estados nuclearizados ou com armas químicas e biológicas, essas armas também estão na mesa enquanto opções, mas são armas cujo uso depende de algo urgente, uma ameaça existencial efetivamente. Isso só aconteceria se a Rússia se sentisse impelida a ter que usá-las”, continua.

Não vejo nesse momento o uso de armas químicas e biológicas e menos ainda nucleares, porque naturalmente ocorreria uma escalada do conflito

Lucas Leite, professor de Relações Internacionais da Faap

O porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitry Peskov, em declaração à CNN, na última terça-feira (22), rejeitou repetidamente descartar que a Rússia considerasse o uso de armas nucleares, contra o que Moscou via como uma “ameaça existencial”.

Quando perguntado em que condições Putin usaria a capacidade nuclear da Rússia, Peskov respondeu: “se é uma ameaça existencial para o nosso país, então pode ser”.

Segundo Leite, as principais batalhas dos russos hoje são na cidade de Mariupol, pelo controle do acesso ao Mar Negro e por ter um porto importante para os ucranianos, e em Kiev, para controle da capital do país.

Fonte: CNN Brasil