O cardeal George Pell, o mais alto funcionário católico a ser acusado publicamente de crimes sexuais infantis antes da anulação da condenação em 2020, morreu aos 81 anos, segundo seu secretário.

O padre Joseph Hamilton confirmou a morte de Pell na noite de terça-feira (11) depois de ele ser internado em um hospital de Roma para uma cirurgia de substituição do quadril.

Hamilton disse que embora a operação tenha sido bem-sucedida, Pell sofreu uma parada cardíaca posteriormente.

Nascido na cidade regional de Ballarat, Austrália, em 8 de junho de 1941, Pell subiu na hierarquia da Igreja Católica Romana até se tornar o tesoureiro do Vaticano, considerado por muitos como o terceiro cargo mais importante dentro da igreja.

Ele atuou nessa função de 2014 a 2019, encarregado das reformas financeiras do Papa Francisco, que foram interrompidas quando ele foi chamado de volta à Austrália para enfrentar acusações de abuso sexual.

Pell foi condenado por essas acusações em 2018 e cumpriu 13 meses de prisão antes que o Supremo Tribunal da Austrália anulasse sua condenação em abril de 2020.

Pell negou veementemente as acusações em uma entrevista policial em 2016, chamando-as de um “produto da fantasia”. 

No resumo de duas páginas da decisão, o Supremo Tribunal disse que o júri “deveria ter dúvidas quanto à culpa do requerente” e ordenou que as condenações fossem anuladas.

Em comunicado, o arcebispo de Sydney, Anthony Fisher, expressou tristeza pela morte de Pell.

“Esta notícia foi um grande choque para todos nós. Por favor, rezem pelo repouso da alma do Cardeal Pell, por conforto e consolo para sua família e para todos aqueles que o amaram e estão sofrendo neste momento”, disse ele em um post no Facebook.

Quando questionado sobre a morte de Pell na terça, o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese estendeu suas condolências a Fisher em nome do governo.

“Para muitas pessoas, especialmente da fé católica, este será um dia difícil e expresso minhas condolências a todos os que estão de luto”, disse.

Pell é uma figura polêmica na Austrália e muitos no Twitter usaram a ocasião de sua morte para expressar seu apoio aos sobreviventes de abuso sexual infantil.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Fonte: CNN Brasil