Nesta quinta-feira (9), os mercados abriram sob a repercussão da alta da taxa Selic e o rebaixamento do grupo imobiliário chinês Evergrande pela Fitch.

Mundo

No exterior, com a expectativa da terceira dose da vacina oferecendo proteção contra a variante Ômicron, os mercados passaram a avaliar outros riscos, como a possível redução de estímulos do Banco Central Americano (FED). Os dados do seguro-desemprego nos Estados Unidos saem ainda nesta manhã, enquanto os dados da inflação com CPI saem na sexta-feira.

Ambas divulgações deixam os investidores cautelosos, sob risco da decisão do FED no comitê de política monetária americana na próxima semana. Desta forma, os futuros americanos têm queda.

Na Europa, os índices seguem o clima de cautela e abrem em baixa. O anúncio de novas restrições no Reino Unido, com o primeiro-ministro Boris Johnson anunciando o retorno do teletrabalho a partir da próxima semana, também pesa na balança.

Já na Ásia, a Fitch, agência de classificação de risco, rebaixou a nota de crédito da incorporadora chinesa Evergrande para default restrito, após a empresa deixar de pagar juros de dois títulos emitidos em dólar. Segundo a Fitch, a nota reflete a situação atual da empresa, que, apesar do calote, ainda não entrou em processo de falência.

Brasil

Como aguardado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), anunciou ontem o aumento da taxa básica de juros, a Selic, para 9,25%. A alta de 1,5 ponto – a sétima seguida – coloca o índice no maior patamar desde julho de 2017 e representa o maior ciclo de alta desde 2002.

No comunicado, o Banco Central sinalizou para uma alta da mesma magnitude na reunião de fevereiro do ano que vem. O trecho mais destacado pelo mercado financeiro é a parte em que o comitê afirma que irá perseverar na estratégia até que o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas seja consolidada. Para os analistas, o comunicado teve um tom hawkish, representando uma maior preocupação do BC com a inflação do que com a atividade econômica.

Entre os riscos para a inflação, o Banco Central mencionou a cautela de outros bancos centrais estrangeiros, a variante Ômicron e uma possível nova onda da pandemia com a chegada do hemisfério norte.

Na avaliação de participantes do mercado, o tom duro do BC é adequado. No setor produtivo, porém, empresários criticaram a forte alta dos juros diante do esfriamento da economia, sob o argumento de que uma Selic maior não irá resolver a inflação dos preços administrados, como a energia.

Outro destaque importante é a entrada do Nubank na bolsa de Nova York, a Nyse. Com ações precificadas em US$ 9, o banco chega a um valor de mercado de US$ 41 bilhões. Desta forma, o Nubank se torna a empresa mais valiosa da América Latina no setor, ultrapassando o Itaú, com US$ 38,5 bi.

Índices

O Ibovespa Futuro tem queda de 0,9%, refletindo a queda no exterior, e indo para 107.390 pontos. O S&P 500 Futuro cai 0,26%, com 4.689 pontos. Já o dólar também recua 0,17%, indo para R$5,52.

Agenda do dia

A agenda do cenário nacional não deve ter grandes novidades nesta quinta-feira. No exterior, às 10h30 (horário de Brasília), serão divulgados os dados do seguro-desemprego nos Estados Unidos.

Fonte: CNN Brasil