O retorno do presidente eleito Lula (PT) à sede do gabinete de transição, em Brasília, onde deve se reunir com centrais sindicais, e o apoio com ressalvas do Progressistas e do PSD à PEC do Estouro estão entre os destaques desta quinta-feira (1º).

Lula se reúne com centrais sindicais nesta quinta e segue em Brasília até sexta

Depois de passar dois dias despachando apenas do hotel onde está hospedado esta semana, em Brasília, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retorna nesta quinta-feira (1º) ao Centro Cultural Banco Brasil (CCBB) – sede do gabinete de transição.

Lula inicia o dia de conversas às 10h30, de acordo com a agenda divulgada, em uma reunião com diversas centrais sindicais. À tarde, o presidente eleito segue no CCBB para uma série de reuniões.

CNN apurou que Lula permanece em Brasília o restante da semana e retorna a São Paulo apenas na sexta-feira (2). No entanto, já no começo da próxima semana estará de volta à Brasília (DF).

Os compromissos de transição de governo estão se intensificando na capital federal, faltando um mês para a cerimônia de posse.

PP e PSD decidem apoiar PEC do Estouro, mas com ressalvas

O Progressistas e o PSD anunciaram nesta quarta-feira (30) que vão apoiar a proposta apresentada pelo governo eleito para permitir que o Executivo gaste, a partir do ano que vem, até R$ 198 bilhões fora do teto de gastos para custear o novo Bolsa Família e realizar investimentos federais. Os partidos, no entanto, fizeram ressalvas sobre o texto, protocolado na segunda-feira (28) pelo relator do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI).

Em nota divulgada na manhã desta quarta, a bancada do Progressistas no Senado listou uma série de condicionantes ao apoio à chamada PEC do Estouro. A principal delas diz respeito ao prazo para excepcionalização dos gastos. O texto prevê que o governo poderá exceder o teto de gastos por quatro anos. O Progressistas defende que o prazo seja reduzido para um único ano.

Segundo o comunicado, houve unanimidade entre os senadores do partido em torno desse posicionamento.

Eles também pedem um aumento real do salário mínimo e a discussão sobre o pagamento de R$ 150 para beneficiárias com filhos de até seis anos.

“Lula deve se reunir com Biden antes da posse”, diz Haddad

O ex-ministro Fernando Haddad disse na saída do hotel onde está hospedado em Brasília, que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deve se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, antes de tomar posse no dia 1º de janeiro.

O encontro que deve acontecer nos Estados Unidos antes do Natal, conforme Haddad. Para o ex-ministro da Educação e um dos cotados para assumir o ministério da Fazenda de Lula, o presidente eleito deve concluir o ano tendo conversado com as principais potências do mundo.

Questionado, Fernando Haddad disse que ainda não acertou com Lula se ele próprio também estará na viagem aos Estados Unidos.

Após encontros de Lira e Pacheco com Lula, Bolsonaro tenta enfraquecer emendas de relator

No mesmo dia em que os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estiveram reunidos com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou ao Congresso Nacional uma proposta que remaneja as chamadas “emendas de relator” para cobertura de outras despesas obrigatórias previstas no orçamento deste ano.

CNN ouviu de alguns parlamentares que a medida seria uma “retaliação” à aproximação dos presidentes das duas Casas ao próximo governo.

O Ministério da Economia justifica que a proposta possibilita o “remanejamento de dotações orçamentárias classificadas com RP 8 e RP 9 para atendimento de despesas classificadas com ‘RP 1’, bem como para suplementação da Reserva de Contingência”, além de “assegurar a observância do cumprimento do Teto de Gastos”, em nota sobre o texto enviado ao legislativo.

Governo Bolsonaro tenta acordo com Lula para liberar recursos da PEC do Estouro

O governo Jair Bolsonaro iniciou uma operação política para conseguir obter parte dos recursos da PEC do Estouro com o objetivo de fechar as contas deste ano, segundo fontes do Palácio do Planalto. 

A ideia é um acordo que seja benéfico para o governo atual, o governo eleito e para o Centrão, que costura o acordo. O presidente da Câmara, Arthur Lira, é um dos que costuram o acordo. Interlocutores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva sinalizaram que estão dispostos a negociar. 

Seria apresentada uma emenda ao texto da PEC do Estouro que permitiria a liberação de recursos para serem utilizados ainda em 2022. 

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* Publicado por Léo Lopes

Fonte: CNN Brasil