As ações da Rússia em Bucha voltaram a ser chamadas de “crimes de guerra” por líderes europeus neste sábado (9). Declarações neste sentido foram feitas por Olaf Scholz, primeiro-ministro alemão, e por Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia que estava em Kiev, capital ucraniana, nesta semana.

Desde que as tropas russas retiraram de Bucha na semana passada, oficiais ucranianos dizem que centenas de civis foram encontrados mortos. O vice-prefeito de Bucha disse que mais de 360 civis foram mortos e entre 260 e 280 foram enterrados em uma vala comum por outros residentes.

“Isto é algo que não podemos esquecer”, disse Scholz. “Estes são crimes de guerra que não aceitaremos. Aqueles que fizeram isto devem ser responsabilizados”, disse Scholz em um comício antes das eleições estaduais no estado do norte de Schleswig-Holstein.

Já Ursula von der Leyen disse que viu com seus próprios olhos, na sexta-feira, a destruição na cidade de Bucha, perto de Kiev. Uma equipe forense começou a exumar uma vala comum contendo os corpos de civis que, segundo autoridades locais, foram mortos enquanto os russos ocupavam a cidade.

“Meu instinto diz: se isso não é um crime de guerra, o que é um crime de guerra? Mas sou médica de formação e os advogados têm que investigar com cuidado”, disse a presidente da Comissão Europeia a bordo de um trem que deixava a Ucrânia neste sábado.

“Eu vi as fotos, (o primeiro-ministro ucraniano) Denys Shmyhal me mostrou: [estavam] matando pessoas enquanto elas passavam. Também pudemos ver com nossos próprios olhos, que a destruição na cidade é direcionada para as vidas dos civis. Edifícios residenciais não são alvo militar”, disse ela, referindo-se a Bucha.

A Rússia negou as alegações de que as forças russas executaram civis em Bucha enquanto ocupavam a cidade, chamando-as de “falsificação monstruosa” com o objetivo de difamar o exército russo.

Von der Leyen disse que a União Europeia está trabalhando com a Ucrânia em uma equipe de investigação conjunta para reunir evidências dos possíveis crimes de guerra para uso em futuros processos judiciais.

“É extremamente importante que seja bem documentado, para evitar derrotas no tribunal porque as evidências não são boas o suficiente”, disse von der Leyen.

O promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, disse no mês passado que abriu uma investigação sobre possíveis crimes de guerra na Ucrânia.

*Com informações de Giovanna Galvani, da CNN

Fonte: CNN Brasil