O chefe de uma fundação estabelecida pelo pai de Anne Frank criticou uma investigação sobre a traição que levou à captura da família da jovem pelos nazistas e que apontou um tabelião judeu como principal suspeito, dizendo que ela era “cheia de erros” e não oferecia provas, segundo reportagem de um jornal suíço.

Anne e outros sete judeus foram descobertos pelos nazistas em 4 de agosto de 1944, após terem permanecido escondidos por quase dois anos em um anexo secreto sobre um armazém na beira de um canal em Amsterdã. Todos foram deportados e Anne morreu no campo de concentração de Bergen Belsen aos 15 anos. Seu agora famoso diário foi posteriormente publicado pelo pai, Otto Frank.

Uma equipe que inclui o agente aposentado do FBI Vincent Pankoke e outros 20 historiadores, criminologistas e especialistas em dados identificaram semana passada uma figura relativamente desconhecida, o tabelião judeu Arnold van den Bergh, como o principal suspeito da revelação do esconderijo. Um livro detalhando as descobertas foi publicado na terça-feira (18).

“Não contribuiu para descobrir a verdade, mas para confundir e, além disso, está cheio de erros”, disse John Goldsmith, presidente do Fundo Anne Frank, com sede na Basileia, criado por Otto Frank, em entrevista ao jornal suíço Blick am Sonntag.

Alguns especialistas enfatizaram que as evidências contra Van den Bergh não eram conclusivas. Goldsmith disse que a equipe de pesquisadores, que classificou como comercial mais do que acadêmica, não apresentou evidências que apoiem a afirmação.

“Essa prova simplesmente não foi produzida. Simplesmente divulgar uma afirmação que na discussão pública se torna uma espécie de fato beira uma teoria da conspiração”, disse Goldsmith.

“Agora a colocação principal é: um judeu traiu judeus. Isso fica na memória e é inquietante”.

Fonte: CNN Brasil