Quase todas as faixas de renda no país registraram deflação em setembro, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (13), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Apenas os brasileiros de alta renda, com vencimento familiar superior a R$ 17 mil, perceberam uma alta de 0,08% no preço dos produtos e serviços, em comparação com o mês anterior.

Segundo o estudo, as demais classes de renda apresentaram deflação, com taxas variando entre -0,35% para a classe média e -0,21% para a população com renda muito baixa, com rendimento familiar inferior a R$ 1,7 mil.

A deflação para a maioria das faixas de renda no Brasil foi puxada pela queda no preço dos ‘alimentos e bebidas’, com uma retração de 0,86%, e dos ‘transportes’, influenciada pelo barateamento de 8,3% da gasolina e de 12,4% do etanol.

Segundo o Ipea, o grupo ‘comunicação’ também teve impacto para a deflação. Isso porque o preço dos serviços de internet caiu 10,6% em setembro.

O combo de telefonia, internet e televisão por assinatura (-2,7%), além dos planos de telefonia fixa (-1,1%) também registram uma retração no custo, aponta a pesquisa.

Por outro lado, os grupos ‘habitação’ e ‘saúde e cuidados pessoais’ sofreram altas de preços e impediram um recuo ainda mais significativo da inflação em setembro.

Os destaques negativos ficaram pelo reajuste dos aluguéis (0,67%), do gás de botijão (0,92%) e da energia elétrica (0,78%).

O resultado é mais prejudicial para as três classes de renda mais baixa, já que peso desses itens é maior na cesta de consumo dessas faixas.

Já os aumentos dos planos de saúde (1,1%) e dos serviços de hospedagem (2,9%) e pacote turístico (2,3%) pressionaram a inflação das três faixas de renda mais elevada.

Com a deflação registrada nos últimos três meses pelo IPCA, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a variação acumulada em 12 meses ficou em 7,62% para a população de renda muito baixa, 6,99% para as pessoas de renda média e 8,01% para a classe de renda alta.

Fonte: CNN Brasil