A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, declarou, nesta quinta-feira (20), em entrevista à CNN, que a legenda não teme discutir escândalos políticos do passado, em referência aos escândalos da Petrobras e do mensalão.

De acordo com a deputada federal, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro foi responsável pelo prejuízo da empresa. Quando era o juiz responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba, Moro determinou, segundo Gleisi, que os ativos da companhia fossem depreciados e entregou segredos aos Estados Unidos, para depreciar o pré-sal.

“Eles têm que explicar porque mexeram na contabilidade da Petrobras. O único ano que a Petrobras teve prejuízo foi em 2014, por uma orientação de Sergio Moro para depreciar os ativos da empresa. Não foi prejuízo econômico e financeiro, foi contábil, que eles tinham que fazer para justificar dizendo que foi desviado dinheiro”, alega Gleisi.

A líder da legenda diz que as atitudes do ex-juiz foram responsáveis pela alta da gasolina, do diesel, do gás de cozinha e chamou o ex-magistrado para debater com o PT.

“Esse é um debate que já disse que queremos fazer, inclusive com Sergio Moro, ‘face a face’, para ele provar da onde que ele falou desse prejuízo e que teve de devolver. Eles fizeram negociatas com o governo norte-americano, entregaram os segredos da Petrobras, e fizeram pagar multa aos Estados Unidos sem dever e mudaram todo o marco regulatório do pré-sal”, continua.

Gleisi ainda afirma que Moro, que se filiou recentemente ao Podemos, não consegue se sustentar como candidato à Presidência da República, e deseja concorrer a um cargo em que consiga se eleger “para se livrar da prisão que ele pode pegar pelos crimes que cometeu”.

Moro foi o responsável pela sentença que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2017, a 9 anos e 6 meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relativo ao processo que investigou a compra e reforma de um apartamento tríplex no Guarujá (SP).

Entretanto, a sentença foi anulada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), por entender que os casos não deveriam ter tramitado na Justiça Federal do Paraná, responsável por julgamentos da operação Lava Jato. A decisão foi acatada pelo plenário da Suprema Corte, em abril do ano passado, por 8 votos a 3. O ex-juiz também foi considerado parcial no caso por 7 votos a 4.

A CNN entrou em contato com a assessoria de Moro e aguarda retorno.

Fonte: CNN Brasil