Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (6), o ex-procurador e deputado federal eleito Deltan Dallagnol rebateu críticas à Operação Lava Jato feitas pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mendes havia afirmado em entrevista à Rádio Gaúcha que a Lava Jato foi um “projeto político”. Ouça na matéria através deste link.

“Hoje quem precisa dar explicações, não sou eu, é o ministro Gilmar Mendes e o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, e explicar o que aconteceu com os grandes investigados da Lava Jato, com os grandes políticos que tinham foro privilegiado e que praticaram os grandes esquemas de corrupção revelados no Petrolão”, disse Dallagnol.

Segundo o ex-procurador, a Operação Lava Jato teria feito o “seu trabalho”, e o “STF não condenou praticamente ninguém, embora tenham sido vários acusados com foro privilegiado perante o STF”.

O ex-coordenador da operação também negou que ela tenha “criminalizado a política”, destacando que Mendes estaria agindo “com ignorância ou má-fé”.

“Fico em dúvida se o ministro Gilmar Mendes está agindo com ignorância, por não saber o que aconteceu, por não ter se informado adequadamente, o que pode ter acontecido, porque ele tem inúmeras funções como ministro do Supremo, ou se está agindo com má-fé, dentro de um contexto em que ele xinga a Lava Jato, busca atacar procuradores, juízes da Lava Jato e até mesmo já foi condenado judicialmente a indenizar pessoas que atuaram no combate à corrupção.

Ele também comentou a fala de Augusto Aras, Procurador-Geral da República, em que disse que não pode haver uma força-tarefa que “criminalize a política”.

“A resposta que você deve dar quando políticos praticam crimes é a mesma quando qualquer cidadão pratica crimes. O que a Lava Jato fez foi trazer e balizar de acordo com a mesma régua todos, inclusive os políticos. Então essa crítica é absolutamente infundada”, avaliou.

A CNN procurou Gilmar Mendes e Augusto Aras, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.

O ex-juiz Sergio Moro disse que não comentará as críticas do ministro do STF.

Fonte: CNN Brasil