Entidades de saúde e da sociedade civil aprovaram a decisão da Anvisa, que liberou, nesta quinta-feira (16), o imunizante da Pfizer para vacinação contra a Covid-19 da faixa etária de 5 a 11 anos. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) enxerga a medida como ‘extremamente importante’.

A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi divulgada nesta quinta-feira, após avaliação técnica do pedido submetido pela farmacêutica no dia 12 de novembro. A dose para pessoas entre 5 e 11 anos será modificada e menor do que a para pessoas acima dos 12 anos. O laboratório explicou que esse ajuste se dá em decorrência de uma nova formulação desenvolvida pela empresa.

“Criança também tem hospitalização, morre, tem Covid longa…Temos justificativa de sobra para vacinar esse grupo. Até agora, nos Estados Unidos e Canadá, não tivemos nenhum problema”, afirmou o diretor da SBIm Renato Kfouri.

Além dos Estados Unidos e Canadá, países como Cuba, Chile, China, El Salvador e os Emirados Árabes Unidos já iniciaram a vacinação das crianças menores de 12 anos com a Pfizer e outros imunizantes, como a Coronavac. Países da União Europeia, entre eles Espanha, Grécia, Hungria e Alemanha, também.

O Instituto Lagarta vira Pupa, que apoia famílias de crianças com deficiência, chegou a criar uma petição online para defender a aprovação do imunizante da Pfizer para a faixa etária.

“Chegamos ao final de 2021 com um cenário de festas de fim de ano, férias escolares, possíveis festas de Carnaval e volta presencial total nas escolas com uma nova variante altamente contagiosa circulando: a Ômicron. Por mais que a gravidade da Covid em crianças possa ser menor que em idosos, não há justificativa plausível para submeter crianças a um quadro de doença e internações hospitalares, já havendo vacina disponível para a faixa etária delas. Queremos a aprovação da vacina da Pfizer para a faixa etária de 5 a 11 anos e a inclusão desse público imediatamente no PNI”, diz o manifesto da instituição.

A SBIm destaca que as crianças com comorbidades têm o dobro do risco para Covid-19, e reforça a importância da vacina principalmente para esse grupo específico.

O número de internações de crianças e adolescentes por Covid-19 em 2021 ultrapassa o total de 2020, no Brasil. Até a última semana de dezembro do ano passado, foram 14.638 hospitalizações. Entretanto, até agosto deste ano, já foram registradas 16.246, um crescimento de quase 11% de um ano para o outro. As mortes pela doença entre o grupo também superam as do ano passado.

O Instituto Butantan quer ser o próximo a ter o imunizante avaliado para o público. Na última  quarta-feira (15), a Anvisa recebeu um novo pedido oficial para uso da Coronavac na vacinação de crianças e jovens com idade entre três e 17 anos.

*Sob supervisão de Pauline Almeida

Fonte: CNN Brasil