Após dois anos de pandemia, a retomada completa dos voos internacionais ainda parece longe de acontecer para as empresas aéreas brasileiras. Em entrevista ao CNN Soft Business, programa que vai ao ar nesta quinta-feira (10) às 22h30, John Rodgerson, presidente da Azul, Paulo Kakinoff, presidente da Gol, e Jerome Cadier, presidente da Latam Brasil, falam sobre os desafios no pós-pandemia.

A Latam, que é a companhia com maior presença internacional, calcula que ainda serão dois anos para a volta à normalidade nesse segmento. “No [mercado] internacional, a gente hoje ainda está operando 50% do que a gente operava antes da pandemia. E imaginamos que a recuperação vai levar pelo menos mais dois anos”, diz Jerome Cadier, presidente da Latam Brasil.

O mesmo não pode ser dito das rotas domésticas, que reagiram de forma consistente e já estão próximas do patamar pré-pandemia. “O [mercado] doméstico vive um momento bom. Em janeiro, a gente deve operar mais do que operava em 2019, e essa tendência deve continuar. O ano de 2022 já vai ser melhor do que 2019 no doméstico”, acrescenta Cadier.

Mesmo com essa quase normalidade do mercado interno, Azul, Gol e Latam têm grandes desafios pela frente, e o dólar alto aparece como o principal deles. Como boa parte dos custos das empresas são dolarizados, elas têm se esforçado para tentar compensar a moeda norte-americana, que insiste em seguir na casa dos R$ 5.

John Rodgerson, da Azul, diz que a empresa busca formas de compensar a alta do dólar.  “Nosso maior desafio, sem sombra de dúvidas, é o dólar. Achar maneiras para ser mais eficientes, produzir mais receita, como nós estamos fazendo com [transporte de] carga. Estamos abrindo muito mais cidades para achar demanda onde a gente já achava que não tinha antes”, afirma.

O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, diz que o custo do combustível acaba colocando as empresas em desvantagem, mesmo com condições de competitividade.

“Estamos nos postos mais elevados no ranking de pontualidade e menor nível de extravio de bagagens. Somando todas as companhias, a idade da frota é na média de oito anos, uma das mais jovens que existem no mundo. Quando fazemos essa comparação e olhamos onde estamos em desvantagem fica evidente que isso está no custo do combustível”, diz.

Fonte: CNN Brasil