O número um do mundo do tênis, Novak Djokovic, começou o terceiro dia na detenção da imigração australiana neste sábado (8), acompanhado pela jogadora tcheca Renata Voracova, enquanto um jogo de acusações entre as autoridades australianas sobre como lidar com as restrições para quem não se vacinou contra a Covid-19 ganhava força.

O superastro sérvio, um opositor declarado da vacinação obrigatória, veio para a Austrália na esperança de ganhar seu 21º título de Grand Slam no Aberto da Austrália. Agora, Djokovic está mantido, desde quinta-feira (6), em um modesto hotel de Melbourne desde que teve seu visto cancelado devido a problemas com a comprovação de vacinação.

Seus advogados estão preparando uma ação judicial contra o cancelamento do visto, que deverá levar a uma audiência no tribunal federal na segunda-feira, e terá até sábado à noite no horário local para apresentar um resumo do caso.

Mas, além de uma curta postagem no Instagram agradecendo aos fãs pelo apoio, Djokovic, um dos atletas mais ricos do mundo, não fez nenhuma aparição pública ou comentários desde que entrou no Park Hotel, que também abriga dezenas de requerentes de asilo que tentam entrar no país.

Um jornal australiano noticiou que Djokovic solicitou acesso a seu chef e a uma quadra de tênis enquanto estava detido, mas o pedido foi negado.

Como a Força de Fronteira Australiana (ABF) disse que cancelou vários outros vistos de pessoas envolvidas no torneio, incluindo a tenista Voracova, os governos federal e estadual do estado de Victoria e a associação Tennis Australia negaram responsabilidade pela disputa, que foi condenada pelo governo sérvio.

Depois que jornais publicaram um documento da Tennis Australia aparentemente aconselhando os jogadores sobre maneiras de entrar no país com justificativa de isenção de vacinação, o comitê organizador disse que nunca enganou os jogadores intencionalmente e sempre incentivou os tenistas a tomarem a vacina.

“Sempre fomos consistentes em nossas comunicações aos jogadores de que a vacinação é a melhor forma de ação, não apenas como a coisa certa a se fazer para proteger a si próprios e aos outros, mas também como o melhor para garantir que eles possam chegar à Austrália”, disse a associação em um comunicado.

“Rejeitamos completamente que o grupo de jogo foi intencionalmente enganado.”

A recomendação da Tennis Australia foi baseada no conteúdo de um site do governo federal encaminhado pelo ministro da Saúde, acrescentou o comunicado.

A Tennis Australia não respondeu aos pedidos de comentários da Reuters.

O boletim de informações da associação, publicado pela News Corp, diz que os jogadores podem entrar no país com uma “isenção médica no exterior” que foi “revisada por um médico australiano” e depois inserida em um banco de dados central.

O documento foi distribuído aos jogadores no mês passado, informou a News Corp. No entanto, o governo federal disse que escreveu à Tennis Australia em novembro dizendo que uma infecção anterior com Covid-19 não era necessariamente um motivo para isenção de vacinação na Austrália, como foi em outros lugares.

Djokovic, de 34 anos, não revelou os motivos de sua isenção médica e sempre se recusou a revelar seu status de vacinação. As vacinas não são obrigatórias na Austrália, mas são exigidas para algumas atividades.

Fonte: CNN Brasil