O desaparecimento de três trabalhadores rurais sem terra em Canutama, no Amazonas, completa um mês neste domingo (14) e continua a desafiar as autoridades do Amazonas, ao mesmo tempo em que motiva críticas dos familiares dos desaparecidos, pela demora em solucionar o caso.
Segundo testemunhas, Flávio Lima de Souza, de 42 anos; Marinalva Silva de Souza, de 37 anos, e Jairo Feitoza Pereira, de 52 anos, foram vistos pela última vez inspecionando parte de uma propriedade rural que está ocupada por cerca de 200 sem-terra desde 2015, em Canutama, no sul do Amazonas, próximo à divisa com Rondônia – uma região de difícil acesso e vegetação densa.
Ex-brigadista do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e presidente da Associação dos Produtores Rurais da Comunidade da Região do Igarapé Araras (Asprocria), Flávio chegou a pedir o apoio de organizações sociais como a Comissão Pastoral da Terra (CPT) para denunciar as ameaças que dizia sofrer de madeireiros e funcionários da Fazenda Shalom.
Já Marinalva registrou um boletim de ocorrência semanas antes dos três desaparecerem. No BO, a que a Agência Brasil teve acesso, Marinalva denuncia a ação de funcionários da fazenda para intimidar os sem-terra, como a destruição de manilhas que os ocupantes planejavam instalar na área.

Fonte: Agência Brasil