A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal aprovou em assembleia uma série de medidas para pressionar o governo a assinar a Medida Provisória de reestruturação das carreiras dos Policiais Federais que, na prática, concede um reajuste de R$ 1,7 bilhão para a categoria.

Dentre as medidas, estão o indicativo de paralisação, a ser referendado por uma assembleia no dia 2 de maio. Além disso, a entidade vai apresentar a cúpula da PF um comunicado recomendando que os delegados da PF não viajem em missão sem prévio pagamento. Outras medidas como operação-padrão e redução da produtividade também foram listadas.

Uma nota pública a que a CNN teve acesso será divulgada informando das decisões, tomadas a partir de uma assembleia realizada na terça-feira (19) e na quarta-feira (20).

“A ADPF também apresentará ao Diretor-Geral da Polícia Federal, um comunicado que recomenda a todos os delegados federais que não viajem em missão sem o pagamento prévio de diárias, bem como estabeleça, em 30 dias, critérios para compensação ou remuneração do regime de sobreaviso, que tanto sobrecarrega os policiais. A entidade aprovou, ainda, o indicativo de recomendação de operação-padrão e redução de produtividade nas atividades administrativas de fiscalização, bem como indicativo de paralisação das atividades junto com os demais cargos da PF, esta última a ser ratificada em assembleia no dia 02 de maio”, diz o documento.

A nota diz ainda que “o sentimento de frustração da categoria se amplifica diante do noticiado reajuste linear para os servidores públicos federais” e que “reforça o posicionamento, cada vez mais firme, de que, caso o presidente da República, Jair Bolsonaro, descumpra o compromisso público assumido por ele diversas vezes, os policiais da União não se manterão inertes diante do uso da valorização da segurança pública e da excelente imagem da Polícia Federal como ferramenta publicitária e de marketing político”.

O governo havia sinalizado no final do ano que concederia o reajuste apenas aos policiais, mas essa decisão deflagrou uma reação de outras categorias do funcionalismo. Diante disso, o governo decidiu conceder um reajuste linear de 5% a todas elas, o que irritou os policiais. No entanto, não há decisão tomada ainda sobre qual caminho seguir.

Fonte: CNN Brasil