O Ministério da Saúde alertou, nesta semana, que cerca de 22 milhões de brasileiros estão aptos a receber a segunda dose contra a Covid-19 mas ainda não completaram o esquema vacinal. Em relação à primeira dose de reforço, cerca de 62 milhões ainda não retornaram aos postos de saúde.

Em entrevista à CNN, a médica pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), afirmou que as principal lacuna no reforço contra a doença está entre os jovens.

“O que mais preocupa hoje é o fato de que principalmente a maioria dos jovens não recebeu a terceira dose, isso significa uma perda da proteção para casos graves e também uma perda da proteção para a infecção. Mantemos o que a gente não quer, porque dá chances para novas variantes e pessoas de alto risco irem ao óbito, que é a transmissão do vírus na comunidade”, diz a médica.

A especialista afirma que ainda são necessários cuidados básicos que contribuem para a prevenção da doença respiratória.

“Aprender a conviver com a Covid é entender que cuidados ainda vão ser necessários. A gente pode viver sem as máscaras em determinadas situações ou momentos voltar a usar as máscaras, entender que vacinação e uso de máscaras é a melhor proteção”, destaca.

Desigualdade na distribuição de vacinas

Desde o início das campanhas de vacinação contra a Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta sobre a importância da distribuição igualitária dos imunizantes entre os países como medida fundamental para o combate ao coronavírus.

“Esse é um problema grande, enquanto não controlarmos a Covid-19 no mundo inteiro e isso só vacinando uma boa parte dessa população, o risco de novas variantes sempre será alto”, diz Isabella. a “A gente gostaria que todos tivessem esse acesso, e acho que só a Organização Mundial da Saúde para encontrar uma forma para isso e infelizmente ainda não se encontrou”, diz.

As vacinas contra a Covid-19 reduziram o número potencial de mortes globais durante a pandemia em mais da metade no ano seguinte à implementação das campanhas de imunização. As estimativas são de um estudo publicado na revista Lancet Infectious Diseases.

No primeiro ano dos programas de vacinação, foram evitadas em todo o mundo cerca de 19,8 milhões de mortes de um potencial de 31,4 milhões de óbitos em decorrência da doença.

As estimativas foram baseadas no excesso de mortalidade de 185 países e territórios. O excesso de mortes é definido como a diferença entre os números observados de óbitos em períodos específicos e os números esperados de perdas de vidas nos mesmos períodos.

O estudo estima que mais 599.300 vidas poderiam ter sido salvas se a meta da OMS de vacinar 40% da população em cada país, com duas ou mais doses, até o final de 2021 tivesse sido atingida.

Fonte: CNN Brasil