Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (4), o ex-diretor de assuntos internacionais do Banco Central (BC), Tony Volpon, avaliou que, com o atual patamar elevado da inflação, a queda do índice deve ser lenta, mesmo com o aumento da taxa básica de juros.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou, nesta quarta-feira, nova alta de 1 ponto percentual na taxa básica de juros. Assim, a Selic passa de 11,75% ao ano (a.a.) para 12,75% a.a..

Ainda assim, Volpon entende que o BC “começou a agir mais cedo e tem feito de maneira consistente” com relação ao aumento dos juros para frear a inflação. Segundo o ex-diretor da instituição, movimento no Brasil foi o contrário daquele visto nos Estados Unidos, onde houve um “atraso para admitir a alteração nos juros”.

O especialista também comentou sobre o aumento na taxa de juros anunciado pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. A taxa teve alta de 0,5 ponto percentual, a maior alta em mais de 22 anos. Com isso, ela passa a ser de 0,75% a 1% ao ano.

Segundo Volpon, o FED tem defendido uma tese de “inflação transitória”, no entanto, ocorreu o que o especialista chama de “reprecificação” das expectativas da alta de juros por parte dos agentes econômicos, resultando em uma volatilidade no mercado.

Por fim, retornando a análise para o Brasil, Volpon avalia que a taxa Selic deve impactar nos níveis da atividade econômica, mas “fará a inflação cair”, conclui.

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Fonte: CNN Brasil