A avaliação é da Especialista CNN em educação Claudia Costin, que é diretora do Centro de Excelência e Inovação de Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas, em entrevista à CNN Rádio.

O texto está no Senado e precisa ser votado até 16 de maio para não perder a validade.

Costin afirmou que tem “sentimentos conflitantes” sobre o tema: “O Prouni é uma coisa positiva, poder oferecer bolsas de estudo para quem tem baixa renda poder ter acesso à universidade. Só 20% da população em idade do Ensino Superior faz e conclui esta etapa no Brasil.”

No entanto, ela destaca que o programa já dava acesso para quem estudava em escola particular, mas tinha bolsa.

O importante, segundo a especialista, é manter o critério de renda, conforme a proposta original, mas houve tentativa de ser flexibilizado: “Para receber a bolsa do ProUni, o indivíduo tinha que ter renda per capita de até 1,5 salário na família, mas, na mesma proposta, flexibilizavam a comprovação da renda.”

“Essa nova versão que tramita no Senado não dá essa flexibilização na comprovação da renda, e pode ser uma coisa positiva, preferiria que se mantivesse só para quem estudou em escola pública, mas, com controle sério de renda, pode ser aprovado”, completou.

Para Claudia Costin, “não basta somente o Prouni” para reverter a diminuição da desigualdade educacional, que, por sua vez, gera a desigualdade de renda.

O caminho seria um só: melhorar a qualidade da educação básica pública. “E aí não tem bala de prata, nem solução mágica, é um conjunto de coisas ao mesmo tempo, que não parece que dá prestígio a políticos, então demora a ser adotado.”

Ela deu exemplos: “Fazer provas didáticas no concurso público para professor, ele precisa saber ensinar, melhorar a formação que ele recebe no ensino superior, que ainda é marcadamente teórica, com pouco diálogo entre teoria e prática, além de interromper um certo desmonte do Inep, que é quem faz as avaliações, e também colocar a educação de fato como prioridade, não só no discurso.”

Fonte: CNN Brasil