Funcionários de um mercado em Campo Maior, há pouco mais de 85km de Teresina, no Piauí, se depararam com uma cena atípica: escutaram um “barulho de pintinhos” vindo de dentro de uma cartela de ovos de codorna. Naquela tarde de 21 de setembro fazia 40°C – quente o suficiente para que o ambiente simulasse aos ovos, fertilizados, uma chocadeira.

Ao ouvir o barulho, o gerente do mercado e seus assistentes, Fábio Gomes e Manoel Pereira, flagraram o momento no qual quatro codornas nasceram de uma caixa de ovos na prateleira do estabelecimento comercial.

A temperatura quente é normal para o período, conhecido como “Bró”, sigla composta pelas três letras finais dos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, quando o clima fica mais quentes do ano.

Os funcionários relataram, porém, que todas as quatro codornas estavam muito fracas e duas acabaram morrendo no mesmo dia. As outras duas, que sobreviveram, foram levadas ao fornecedor dos ovos, mas também acabaram falecendo no dia seguinte.

“É uma coisa muito difícil de se ver, não é qualquer temperatura que faz um ovo chocar. Geralmente, as granjas comerciais não deixam machos e fêmeas juntos”, informa o Hyberville Neto, médico veterinário e consultor de agronegócio. Ele explica que, justamente pela falta de contato entre fêmea e macho, não há fertilização de ovos nem nascimento de filhotes.

Portanto, esse nascimento pode ter sido um “erro” de manejo, já que indica um possível cruzamento. Do ponto de vista sanitário, entretanto, não há problemas em consumir ovos assim.

*Com supervisão de Giulia Alecrim

Fonte: CNN Brasil