A formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo caracteriza a trombose, que pode ser perigosa para a saúde. As principais causas da trombose incluem o sedentarismo, o uso de medicamentos, a obesidade, doenças hereditárias ou predisposição genética, além de fraturas ortopédicas.

O CNN Sinais Vitais desta semana explica como evitar a trombose. O programa, apresentado pelo cardiologista Roberto Kalil, vai ao ar neste domingo (19), às 19h30, reforçando o conteúdo diversificado com a marca CNN Soft.

“Quando se fala em trombose, a gente associa muito à trombose venosa, que é a formação de coágulos nas veias da perna ou qualquer veia do organismo, que pode causar embolia pulmonar. Mas a trombose inclui também a arterial é a principal causa de morte no mundo, porque inclui o infarto e o acidente vascular cerebral, que as pessoas normalmente chamam de derrame”, explica a cardiologista Ariane Macedo, diretora da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (veja a entrevista no vídeo acima).

Diferentes tipos de trombose

A formação de coágulos que entopem os vasos sanguíneos e impedem o fluxo de sangue é chamada de trombose. Existem dois tipos, a trombose venosa, que atinge as veias, e a trombose arterial, quando o bloqueio acontece em uma das artérias.

Segundo o médico angiologista César Amorim Neves, Presidente da Associação Bahiana de Medicina (ABM), a formação da trombose venosa está associada a três fatores preponderantes: hipercoagulação do sangue, lesões na parede das veias e imobilização dos pacientes.

A hipercoagulação, condição que favorece a formação de coágulos do sangue, pode estar relacionada a diferentes causas. Entre elas estão predisposição genética, alterações na quantidade ou no funcionamento de proteínas do sangue que controlam a coagulação, como deficiência de proteína C, S ou Z, entre outros distúrbios.

“Outro fator responsável pela trombose venosa são lesões na parede dos vasos. O vaso é formado por substâncias que evitam a coagulação. Às vezes, lesões nas paredes dos vasos alteram essas substâncias e levam à formação do coágulo”, explica César.

Por fim, a imobilização de longa duração também é um fator importante para a formação da trombose. Pessoas que permanecem internadas por longos períodos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) podem ter um risco aumentado para o desenvolvimento da doença.

Embolia pulmonar

Quando não é tratada, a trombose pode evoluir para um quadro grave chamado embolia pulmonar. O coágulo pode se desprender e seguir o fluxo da corrente sanguínea, até se alojar nos pulmões. Os sintomas incluem dor no peito, falta de ar, tosse repentina, suor e tontura. A condição pode levar à necrose dos tecidos da região afetada, devido à interrupção da circulação sanguínea.

“10% das mortes dentro dos hospitais ocorrem por embolia pulmonar”, afirma Fábio Henrique Rossi, coordenador da residência médica em Cirurgia Vascular e Endovascular do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de São Paulo.

O tromboembolismo é a terceira causa de morte no contexto das doenças cardiovasculares. Na pandemia da Covid-19, o número de casos de pessoas com trombose aumentou. Cerca de 16% dos pacientes infectados pelo coronavírus desenvolveram a condição.

O episódio mostra o caso do empresário Wendolino Israel. Aos 65 anos, ele teve uma embolia pulmonar quando estava internado em UTI, ainda se recuperando da Covid-19.

O cardiologista e professor titular da Divisão de Cardiologia da Duke University, dos Estados Unidos, Renato Lopes, publicou um estudo sobre um novo protocolo com o uso de anticoagulantes para pacientes internados em UTIs.

“O Brasil é referência no mundo em tratamento de trombose. As instituições estão se unindo em prol da ciência e conseguimos resultados até mais rápidos do que os Estados Unidos e Europa. O mundo passou a seguir nossos resultados”, destaca Lopes.

A equipe da CNN apresenta ainda a história da publicitária Beatriz Almeida. O uso precoce e prolongado de um anticoncepcional levou ao desenvolvimento da trombose aos 23 anos. A jovem foi submetida ao procedimento de angioplastia para colocar um stent na veia e, assim, liberar espaço para a circulação do sangue.

No episódio, especialistas mostram como é realizado o procedimento a partir de outro caso de um paciente internado no Hospital Dante Pazzanese.

Fonte: CNN Brasil