O número de casos de Covid-19 no Brasil registrados e divulgados pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (14) é mais do que o triplo do que foi contabilizado na segunda-feira (10). Os 112.286 novos diagnósticos positivos informados nesta sexta correspondem a um aumento de 222,8% em relação ao que foi computado na segunda (34.788).

É importante salientar que, geralmente, os números de novos casos costumam ser mais baixos às segundas-feiras em razão da defasagem nas notificações durante o fim de semana por parte das secretarias de saúde.

O aumento na quantidade de novas contaminações é considerado por especialistas como consequência da disseminação da variante Ômicron do coronavírus no país. A nova cepa é tida como mais contagiosa. Em contrapartida, a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz ter evidências de que a Ômicron causa sintomas mais leves do que as variações anteriores do vírus.

Em relação às mortes, também houve um aumento entre o início e o fim da semana, passando de 110 para 251 óbitos em 24 horas. Apesar de o número ter mais do que dobrado em poucos dias, a quantidade ainda é bastante inferior ao que foi registrado durante o pico da pandemia em 2021, quando o total de novas mortes chegou a ter mais de 3.000 óbitos associados ao vírus em um dia.

Na segunda-feira, o país registrou uma média móvel de 34.788 casos de Covid-19 –número mais alto desde o dia 29 de julho de 2021.

Na quinta-feira (14), durante entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reconheceu que o país pode estar enfrentando uma terceira onda da Covid-19. Por esse motivo, ele afirmou que o governo federal tem condições de dobrar o número de leitos de terapia intensiva para suportar o aumento da demanda de pacientes com a doença, caso seja necessário.

Ao longo da semana, diversas capitais brasileiras chegaram a registrar uma taxa de ocupação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) superior a 60%, segundo levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Queiroga afirmou que isso ocorre devido à desativação de leitos e não necessariamente por uma pressão no sistema de Saúde, como ocorreu entre março e abril de 2021. “Não quer dizer que há um número de internação maior. Às vezes é porque o número de leitos ficou menor devido à desativação”, comentou.

Como consequência do novo aumento no número de contaminações, pelo menos oito estados já anunciaram a volta das restrições contra a Covid. Entre as medidas estão a diminuição na capacidade máxima em eventos e estabelecimentos comerciais e o cancelamento do Carnaval.

Para especialistas, o fato de o número de mortes não estar subindo tanto quanto o de novos casos está ligado à vacinação. “O principal fator é a vacina. Tivemos uma cobertura vacinal no Brasil com mais de 65% das pessoas com duas doses. Isso definitivamente representou a proteção para a forma grave da doença e para os óbitos”, disse à CNN o médico infectologista Álvaro Furtado, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

Fonte: CNN Brasil