As exportações de carne bovina brasileira aumentaram 32,2% nos primeiros cinco dias de janeiro em relação ao mesmo período de 2021, passando de 5,4 mil toneladas por dia para 7,1 mil toneladas por dia. O fim da suspensão das compras por parte da China e o crescimento do mercado norte-americano explicam a alta.

Com preço médio por tonelada 12% maior do que em 2021, a receita média gerada para o setor subiu 48,1%. O lucro saltou de US$ 24,2 milhões de janeiro do ano passado para US$ 35,8 milhões nos primeiros dias de 2022.

Saiba os motivos

Em setembro, as compras de carne pela China foram suspensas por suspeita de casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento retomou as certificações no dia 15 de dezembro, e a alta do volume de exportações foi notada nos primeiros dias de 2022.

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) destacou também que os Estados Unidos se tornaram o segundo destino das carnes in natura (não industrializadas) brasileiras. As exportações para o mercado norte-americano cresceram 148,9%. Foram 59.545 toneladas em 2020 e 148.177 toneladas em 2021.

“A China está comprando bastante, com boas ofertas de compras. Além disso, os Estados Unidos também terminaram o ano com bom volume de compras”, disse o consultor de mercados agropecuários, Hyberville Neto.

Volume menor de exportação em 2021

De acordo com os dados da Abrafrigo, o volume de exportações do ano passado foi 7% menor do que o de 2020, quando o mercado alcançou marca recorde de 2.016.223 toneladas.

Apesar da queda nas exportações, a receita de 2021 para o setor foi US$ 9,236 bilhões, um aumento de 9%. Este saldo positivo é justificado pelo preço médio vendido, especialmente para a China, que respondeu por cerca da metade das exportações.

“Tivemos uma redução da oferta de gado, e essa redução acaba impactando nas vendas em volume. Por outro lado, houve boas vendas e manutenção de um bom ritmo de comercialização para a China, mesmo com a suspensão”, explicou.

O balanço das exportações de dezembro colocou o Chile na terceira posição entre os importadores de carne brasileira, registrando aumento de 22,4% com 110.626 toneladas em 2021.

Os outros principais mercados são Egito (73.612 toneladas), Emirados Árabes (49.711 toneladas), Filipinas (46.349 toneladas) e Arábia Saudita (40.870 toneladas).

“No total do ano, 104 países aumentaram suas importações de carne brasileira, enquanto outros 68 reduziram suas compras”, afirmou a Abrafrigo.

Fonte: CNN Brasil