Os bares e restaurantes de Belo Horizonte esperam fechar dezembro com um faturamento até 90% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado. E um dos motivos para a alta é a boa fase do Atlético-MG, time que venceu o Campeonato Brasileiro deste ano.

Segundo a Abrasel-MG (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais), os estabelecimentos que transmitem as partidas do clube tiveram um aumento médio de 30% de arrecadação nos dias de jogo.

Alguns, como o Estação Savassi, dobraram o faturamento nos últimos dois jogos do Galo, quando o time conquistou o campeonato ao vencer o Bahia em Salvador e quando levantou a taça, no Mineirão. A expectativa é positiva para as partidas do time na final da Copa do Brasil.

Danilo Rossi, proprietário do bar, diz que o faturamento atual é muito maior que em dezembro de 2020, quando caiu a cerca de 15% do que era antes da pandemia. Agora, os resultados têm sido de 20% a 30% acima do registrado em dezembro de 2019.

Os bares de BH, cidade famosa por sua boêmia, também comemoram a volta de confraternizações de empresas ou grupos de amigos.

“Está todo mundo de home office, ou trabalhando em esquema misto, então o happy hour tinha morrido. Mas em dezembro, esses grupos estão marcando confraternização de fim de ano e amigo oculto”, diz Marco Panerai, proprietário do Laicos, no Savassi. Segundo ele, o faturamento tem crescido de 10% a 15% ao mês desde julho, acompanhando a redução das restrições.

O restaurante Gastrô Hub, no bairro Serra, teve um aumento de 30% nas reservas para dezembro em relação aos meses anteriores. O proprietário, Roberto Zhen Qiu, diz que desde outubro há um aumento gradativo no faturamento.

O movimento ocorre graças ao avanço da vacinação e ao relaxamento dos protocolos adotados pela prefeitura da capital mineira, que chegou a proibir, há um ano, o consumo de bebidas alcoólicas em bares e restaurantes da cidade. A medida vigorou de 7 de dezembro de 2020 a 5 de fevereiro de 2021.

“Devido à lei seca, faturamos em torno de 20% do que poderíamos ter faturado em dezembro do ano passado. Muitas pessoas pararam de frequentar os bares no final do ano, porque bar sem bebida não tem jeito”, diz Matheus Daniel, presidente da Abrasel-MG.

À época, segundo a prefeitura, a medida foi planejada como uma forma intermediária para preservar ao máximo o funcionamento das atividades.

Apesar da volta do faturamento, o presidente da Abrasel-MG afirma que o lucro ainda é menor do que antes da pandemia, devido à inflação.

Os insumos em geral estão mais caros, a carne bovina teve um aumento muito grande, a energia elétrica também. Muita gente teve que repassar parte desses custos para os clientes. Mas os bares e restaurantes aprenderam a ser mais eficientes na pandemia e conseguem segurar um pouco desse aumento de preço”, diz.

De acordo com levantamento da Abrasel-MG, o setor de bares e restaurantes gerou em torno de 10 mil vagas de emprego em Belo Horizonte no segundo semestre de 2021. O número, porém, ainda não repõe os cerca de empregos perdidos no início da pandemia.

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