A partir de sexta-feira (30), os bancos terão de se adequar às novas normas definidas pelo Banco Central e deverão considerar os riscos sociais, ambientais e climáticos na hora de tomar decisões sobre financiamentos ou investimentos junto aos seus clientes.

A obrigatoriedade começa a valer em 2023, com o envio de relatórios que apontem como os bancos estão lidando com as regras em vigor.

Em entrevista à CNN Rádio, o sócio-líder de Mercado de Serviços Financeiros da EY Brasil, Rafael Schur, explicou que os bancos, enquanto empresas, não são grandes emissores de gases de efeito estufa, ou questões de meio-ambiente.

“Mas eles são investidores de empresas e corporações que têm impacto no meio-ambiente, portanto têm impacto dentro do contexto global.”

O Banco Central, então, preparou a resolução, que busca “a partir de 2023, aprimorar a definição de risco social e ambiental, incluir o conceito na agenda de gestão dos bancos.”

“Serão informações novas, disponibilizadas nos sites e para o regulador, para eventuais riscos quanto ao mercado de ações e oportunidades dos bancos atuarem em prol de uma economia mais sustentável”, completou.

Schur explica que os financiamentos por parte das instituições, mas, sim, um incentivo para que “consigam trabalhar juntos com as contrapartes para entender maneiras e ações que poderiam fazer com que esses empréstimos e investimentos gerem menor impacto ambiental.”

“Não é o caso de parar crédito para as empresas, que são importantes motores dentro da economia, mas se quer dar transparência e ao ter a informação essas duas partes busquem alternativas para indicar reduções desses efeitos”, reforçou.

O especialista avalia que a medida adotada pelo Banco Central brasileiro é “de vanguarda”.

*Com produção de Isabel Campos

Fonte: CNN Brasil