A Câmara dos Deputados aprovou a urgência do marco fiscal na última semana. Especialistas disseram à CNN que o avanço da medida reduz incertezas, mas destacam que sua dependência do aumento da arrecadação mantém o mercado receoso.

A economista-chefe do Inter, Rafaela Vitoria, afirma que o “cenário de incertezas” se arrasta desde a aprovação da PEC do Estouro, ainda na transição entre os governos.

“A proposta de arcabouço — que foi de certa forma aprimorada pelo relator [Cláudio Cajado] — traz alguma melhora, alguma segurança, especialmente do ponto de vista do controle de gastos. Mas ainda há incertezas sobre o avanço da receita”, disse.

O ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências Consultoria Integrada, Gustavo Loyola, reiterou a análise. Segundo o especialista a nova regra “afasta cenários catastróficos”, mas não traz segurança para as contas públicas.

Para Pedro Paulo Silveira, diretor da Nova Futura Investimento, o mercado ainda tem dúvidas sobre a trajetória do primário e da relação dívida/PIB do Brasil, por isso a melhora de métricas econômicas, como as taxas de juros, é tímida.

Com a aprovação da urgência pela Câmara, o tema pode ser votado em plenário sem precisar passar pelas comissões da Casa, o que deve acontecer na próxima quarta-feira (24).

Ao todo, 367 deputados votaram favoravelmente à urgência do projeto de lei complementar do novo regime fiscal, enquanto 102 votaram contra, além de uma abstenção.

Publicado por Danilo Moliterno.

Fonte: CNN Brasil