A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) segue atenta ao avanço da Rússia em direção ao oeste do território ucraniano e monitora constantemente a movimentação na fronteira da Ucrânia com outros países.

Desde quinta-feira (10), radares da Otan detectaram 20 caças russos partindo de Belarus em direção a Kiev, capital da Ucrânia. Essa dinâmica foi a mais intensa desde o início da guerra.

A cidade de Lviv, no oeste do país, também está apreensiva com os últimos ataques dos russos. A cerca de 100 quilômetros da fronteira com a Polônia, Lviv tem sido uma importante rota para quem quer fugir do conflito e até o momento não foi atacada pela Rússia. Mas os últimos bombardeios em cidades próximas começam a mudar a rotina na cidade.

As sirenes indicando a possibilidade de um míssil na região voltaram a tocar na cidade de Lviv na madrugada desta sexta-feira (11). Logo que o alarme soou, muitas pessoas buscaram abrigo, como em uma catacumba de uma igreja.

O diretor do museu de uma catedral em Lviv revela que cerca de 100 pessoas se refugiaram por lá para se proteger de eventuais bombardeios.

“Eu acho que podemos esperar um ataque nesta noite. É amedrontador. O que mais me assusta é um ataque contra a estação de trem. Muitas pessoas estão lá, muitos refugiados, diz  Maxym Kondrashov, que é instrutor militar de defesa territorial.

A iminência de um bombardeio mobilizou os moradores de Lviv. As esculturas de uma igreja na cidade foram revestidas com panos e colchões velhos para que o patrimônio histórico local não seja destruído em caso de um ataque.

Ampliação da ofensiva

Segundo autoridades da Ucrânia, nesta sexta-feira (11), as tropas russas atingiram a cidade de Lutsk, uma das principais do país, que fica localizada na região noroeste do país e que fica a apenas 112 quilômetros da fronteira com a Polônia. Foram relatados “danos substanciais” ao aeroporto de Lutsk.

Também no noroeste ucraniano, o governador da região de Volyn disse que quatro mísseis foram disparados de um bombardeiro russo e que duas pessoas foram mortas.

O aeródromo militar de Ivano-Frankivsk, no oeste da Ucrânia, também foi atingido por mísseis durante esta sexta-feira.

No lado oposto do país, na região sudeste, um ataque com mísseis nos arredores de Dnipro matou um civil e danificou um prédio de uma escola primária, prédios de apartamentos e uma fábrica de calçados.

Também houve ataques aéreos noturnos no distrito de Brovary, a leste de Kiev, e um ataque com mísseis na cidade de Baryshivka, cerca de 72 quilômetros a leste da capital.

Um estádio de futebol e uma biblioteca em Chernihiv, cidade no norte da Ucrânia, foram seriamente danificados por um ataque aéreo.

As cidades de Kiev, Kharkhiv, Mariupol, Mykolaiv e Sumy continuam a sofrer ataques russos e estão sob pressão.

Há evidências crescentes de que a cidade de Volnovakha, no leste da Ucrânia, caiu para as forças russas e seus aliados na autodeclarada República Popular de Donetsk. A cidade de Kherson também parece ter sido dominada pelos russos, de acordo com a inteligência de defesa dos Estados Unidos.

Comboio

Na última quinta-feira (10), imagens de satélite haviam indicado que o comboio de aproximadamente 60 quilômetros de extensão na direção de Kiev havia se dispersado.

Nesta sexta, porém, as informações disponíveis dão conta de que o comboio está se reagrupando.

(Com informações da CNN Internacional)

Fonte: CNN Brasil