O Brasil deve gerar mais de 700 mil vagas temporárias de trabalho no primeiro trimestre de 2022, segundo estimativas da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) divulgadas nesta quarta-feira (16).

A modalidade de contratação temporária é prevista em lei há quase 40 anos, mas passou por atualizações e aumento na segurança jurídica, com a medida mais recente sendo o Decreto 10.854, publicado em novembro de 2021.

A associação afirma que as contratações temporárias devem ser impulsionadas pelo período da Páscoa, com a indústria de chocolates já aquecida desde dezembro. A expectativa é de geração de cerca de 14 mil vagas.

A projeção também considera os efeitos de uma desaceleração na inflação e a continuidade da tendência de recuo do dólar, iniciada em janeiro de 2022. Mesmo assim, a Asserttem afirma ter “cautela” com as projeções, já que há expectativa de queda nas vagas na indústria em fevereiro e março.

“Além disso, ainda se encontra dificuldade em encontrar mão-de-obra nos pequenos municípios brasileiros, dificultando as contratações temporárias”, afirma o presidente da associação, Marcos de Abreu.

A Asserttem também destacou o resultado “surpreendente” de janeiro, com geração de 202.220 vagas temporárias, crescimento de 13,2% em relação a janeiro de 2021 e maior número na série histórica, iniciada em 2014.

Segundo a associação, o setor que teve destaque nas contratações foi o de serviços, responsável por 35% das vagas. Ele ficou atrás da indústria, responsável por 55% das vagas, mas à frente do comércio, com 10%.

“Prevíamos uma redução nas contratações devido à pandemia e inflação. Mas, nenhum desses fatores foram suficientes para segurar as contratações temporárias no mês de janeiro”, diz Abreu.

Ele afirma que fatores climáticos anteciparam a colheita de soja, o que resultou em mais contratações na indústria de alimentos. Uma melhora na recepção de componentes importados da China também permitiu uma alta na produção industrial.

A avaliação da associação é que as empresas tem utilizado o trabalho temporário para “se manterem fortes no mercado e atenderam suas demandas”, sem os “altos custos” de contratos CLT. Na modalidade temporária, a empresa arca com o salário e a previdência social do trabalhador.

“O Brasil abriu 2,7 milhões de postos de trabalho com carteira assinada em 2021, segundo dados do Caged. Destes, cerca de 594 mil passaram pela modalidade do trabalho temporário antes de serem efetivados”, afirma o presidente.

Fonte: CNN Brasil