As cidades de Nova Iguaçu, Mangaratiba, Paraty e Angra dos Reis declararam estado de emergência por contas das chuvas que atingem o estado do Rio de Janeiro desde a última sexta-feira (01).

Os quatro municípios fluminenses foram fortemente atingidos pelo temporal, que já deixou 16 mortos e mais 5 mil pessoas desalojadas. O maior número de desalojados é no município de Nova Iguaçu.

O Centro Nacional de Monitoração e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) emitiu um comunicado alertando para o risco muito alto de deslizamentos de terra nas cidades de Paraty e Angra dos Reis nesta segunda-feira (04), devido ao acumulado de chuva observado nos últimos dias.

O órgão federal também considera alta a possibilidade deslizamentos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que inclui capital e a Baixada Fluminense.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também alertou para a possibilidade de mais chuvas para o estado do Rio, nesta segunda-feira (04), incluindo as áreas já afetadas pelo temporal do fim de semana. A previsão é de até 100 milímetros no acumulado de chuvas em 24 horas.

As aulas foram suspensas nas escolas da rede pública municipal de Angra dos Reis, Mangaratiba, Nova Iguaçu e Belford Roxo. Em Paraty, a prefeitura antecipou o recesso escolar de quinze dias do mês de julho, para as próximas semanas.

Em Angra dos Reis, um dos municípios mais afetados pelas chuvas, o Ministério do Desenvolvimento Regional reconheceu situação de emergência, com isso, a cidade já pode pedir recursos para o governo federal.

As rodovias que dão acesso às cidades de Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty, no litoral do Rio e de Ubatuba, no litoral de São Paulo, ainda estão com alguns trechos parcialmente interditados. Somente na BR-101, que liga a costa fluminense a região litorânea de São Paulo, foram registradas 42 ocorrências.

A concessionária CCR RioSP, que administra a rodovia, informou que dez equipes com auxílio de máquinas, como retroescavadeiras e motosserras, atuam em vários pontos dos 270 km para desobstruir as pistas.

Devido à queda de barreiras e árvores, as equipes da distribuidora de energia estão enfrentando dificuldade para chegar em alguns locais por terra e também por mar. Desde a madrugada de sábado (02), moradores da Vila Do Abraão, em Ilha Grande, e de parte do centro histórico de Paraty ainda estão sem energia elétrica.

A ENEL informou que triplicou o efetivo em campo para restabelecer o fornecimento de energia o mais rápido possível e trabalha em conjunto com as prefeituras.

A CNN conversou com o comerciante Gilberto Constantino, dono de uma sorveteria no bairro Portão de Ferro, em Paraty. Segundo Constantino, o bairro está às escuras desde a madrugada de sábado (02), e ele só não perdeu R$ 60 mil em produtos, porque um vizinho, dono de uma boate, emprestou um gerador para a manutenção da energia no estabelecimento.

“Com toda a situação, não está tendo festa e eu vizinho pôde me emprestar o gerador. Minha loja fica a 350 metros do Centro Histórico. Só ao redor, são cerca de 60 casas sem luz, incluindo pousada, posto de gasolina e outros estabelecimentos. Mas concessionária de energia disse que a previsão de reestabelecimento é só na segunda-feira”, explica Constantino.

O prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão (MDB), chegou a pedir o desligamento das Usinas de Angra 1 e 2, mas em entrevista à CNN, neste domingo, o presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, disse que a retirada dos moradores das cidades vizinhas, em caso de acidente nuclear, não está comprometida.

Além disso, a Eletronuclear afirmou que não existe razão técnica para interromper o funcionamento das usinas.

Neste domingo (03), o governador Cláudio Castro sobrevoou a região e anunciou a construção de moradias em um terreno no bairro Monsuaba, em Angra dos Reis, um dos pontos mais impactados pelo temporal. O projeto será executado pelo Estado do Rio em parceria com o governo federal e a prefeitura.

Em nota, o governo do Rio afirmou que foram colocadas 11 aeronaves à disposição do Corpo de Bombeiros para auxiliar na operação de busca aos desaparecidos e também para transporte de insumos e equipes. São viaturas do Governo do Estado, Polícia Militar, FAB, Secretaria de Estado de Saúde (SES) e CBMERJ. O gerenciamento do tráfego é feito diretamente do Gabinete de Crise, montado no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

Fonte: CNN Brasil