A cidade baiana sofreu duas grandes enchentes no período de 20 dias. Marcelo Galvão, prefeito de Ibicuí (BA), cidade afetada pelas fortes chuvas e alagamentos no estado, disse à CNN que a prioridade no momento é dar “socorro imediato, com o objetivo de tirar as famílias da área de risco.”  

Ele conta que a última enxurrada aconteceu no dia 24, véspera de Natal, e que essa foi ”a maior enchente da história da cidade.”   

“Muitos estavam fora de suas residências, o alerta foi dado durante todo o dia, a Defesa Civil nos comunicou, a gente transmitiu isso para toda a cidade com alarmes, e às vezes a gente não acredita nesse potencial de alagamento”, comenta. 

Galvão diz que agora as águas já baixaram, mas há cinco dias um rio que atravessa a cidade, aumentou o volume e adentrou as casas. 

“Nós não tivemos nenhuma vítima fatal, mas o prejuízo é grande, é enorme.”  

De acordo com o prefeito, não existe uma perspectiva de voltar a chover, contudo, o alerta ainda continua.  

Ibicuí tem cerca de 16 mil habitantes. Segundo Galvão, são 2.400 pessoas afetadas diretamente, sendo 1.420 desalojados. 

O prefeito de Ibicuí não descarta as chances de outros desastres. “Temos que pensar muito nisso, na possibilidade de outras enchentes acontecerem no estado e nas casas que estão em áreas de risco.” 

Para ações futuras, Galvão diz que precisará de ajuda da administração federal.  

“O governo federal detém o gozo maior de recurso e é uma discussão que precisa ser ampliada. Vamos resolver o problema agora com auxílio a essas famílias, mas a discussão precisa avançar”, aponta. 

Ele destaca ainda que os acessos à cidade ainda estão sendo afetados, seja por um barranco que desliza, ou a estrada que fica intransitável. Mas que, no momento, “o objetivo da prefeitura é levar conforto às famílias.”  

O prefeito aponta que a assistência está chegando por meio de doações. “Ibicuí, na primeira enchente, recebeu um recurso de R$ 433 mil para auxiliar a essas famílias, e esse recurso só pode ser gasto com material de limpeza, colchões e cestas básicas.” 

Ele ainda destaca a importância da cidade nos períodos festivos.

“Eu gosto de salientar que Ibicuí é conhecida como a cidade de São João, um período junino muito forte. As pessoas saem de suas casas para receber os foliões e nesse momento a nossa cidade precisa ser acolhida.” 

Questionado sobre a reestruturação da cidade, Galvão aponta que “os governos federal, estadual e municipal precisam estar unidos para discutir isso pontualmente.” 

Segundo ele, “Ibicuí é um município que detém a menor condição para fazer isso, com arrecadação muito limitada. A gente depende do governo federal e estadual para fazer isso [reconstruir a cidade] efetivamente.” 

Fonte: CNN Brasil