Menina1 GanânciaAndo entusiasmado com a onda de protestos que começou em Nova York e se alastra pelo mundo. Os primeiros manifestantes ocuparam Wall Street para protestar contra a “ganância”. Adorei. Uma idéia que a princípio parece meio vaga, mas que vai direto ao âmago da questão. A ganância é a irmã gêmea da avareza, o primeiro dos 7 pecados capitais. Estamos deixando de reclamar de coisas supérfluas e concentrando nossas preocupações no que interessa. É um sinal de que o mundo ainda pode dar pé.

A ganância é o motor desse capitalismo desenfreado em que estamos metidos. Gekko, personagem do filme “Wall Street – O dinheiro nunca dorme” de Oliver Stone, depois de passar vários anos na prisão por causa das falcatruas que aprontava no mercado de ações da Bolsa de Valores, comenta em uma palestra que a única diferença para o tempo em que ele estava na ativa e os dias de hoje é que “agora a ganância é permitida, está dentro da lei”.

O dinheiro é o combustível do mundo atual. A economia controla os governos e nós estamos à mercê desse mecanismo. Eu, decididamente, não quero viver em um mundo assim. Quando jovem, sonhei com uma sociedade solidária, igualitária, fraterna, com um mundo de paz e amor. Infelizmente, o exército inimigo era muito mais forte, tinha armas de destruição em massa, como a ganância.

Mesmo sem munição e meio desorientado, o movimento dos indignados está crescendo. Ocupou as ruas de 952 cidades pelo mundo afora, com multidões de manifestantes “unidos por uma mudança global”.

Enquanto isso, no Brasil, nossa “presidenta” andou ensaiando uma faxina para limpar a corrupção que toma conta da máquina do governo. Pegou balde e esfregão, deu uns gritos, mas em seguida se assustou com as conseqüências da própria idéia e voltou para sua zona de conforto. Os brasileiros se sentiram respaldados por sua líder e foram às ruas, mas já era tarde, o pessoal de Brasília tinha ido jantar na pizzaria. O resultado é que a manifestação programada para a Cinelândia, no Rio de Janeiro, reuniu apenas 2 mil pessoas.

Uma segunda manifestação, que pretendia se somar aos milhões de indignados do “United for global change”, teve uma participação ridícula: 37 pessoas. Isso mesmo. Trinta e sete gatos pingados.

Fonte: Brazilian Voice