A Fórmula 1 encerrou nesta semana suas férias e inicia a parte final do campeonato com o Grande Prêmio da Bélgica, em Spa-Francorchamps, neste fim de semana. Restando nove provas para o término da temporada, a briga pelo título parece limitada à Red Bull e à Ferrari, com ampla vantagem do atual campeão Max Verstappen. Mudanças no regulamento, causadas pelo “efeito golfinho” (porpoising, em inglês), porém, podem causar turbulências na disputa.

As alterações radicais nas normas aerodinâmicas para 2022 trouxeram grandes dificuldades para algumas escuderias. Com o objetivo de facilitar as ultrapassagens, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) recuperou o efeito solo.

Porém, como consequência, os carros passaram a apresentar quiques (porpoising), que comprometem diretamente a dirigibilidade. A mais prejudicada foi a Mercedes, escuderia do heptacampeão Lewis Hamilton. Os alemães demoraram para resolver os problemas causados pelo porpoising e apenas nas últimas corridas antes das férias de verão eles conseguiram amenizá-los.

Preocupada com os riscos de segurança causados pelo porpoising, a FIA decidiu tomar medidas a partir do GP da Bélgica. Neste fim de semana, entra em vigor uma nova norma que exige que distância entre assoalho e solo seja de 15 milímetros. Outra diretriz diz respeito à flexibilidade do piso dos carros. A entidade inspecionará os veículos, que deverão utilizar um modelo mais rígido e, consequentemente, mais pesado.

ESPERANÇA

Max Verstappen lidera o Campeonato Mundial de pilotos com 258 pontos. O holandês tem 80 a mais do que o monegasco Charles Leclerc, da Ferrari (178). Sergio Pérez, companheiro de Red Bull, está em terceiro lugar, com 173 pontos. A folga na ponta concede ao atual campeão uma tranquilidade incomparável com a pressão que viveu em 2021 na luta com Lewis Hamilton.

No entanto, as mudanças do regulamento para a segunda parte da temporada permitem aos rivais sonharem com o título. Leclerc e Ferrari perderam muitos pontos por escolhas erradas de estratégia e falhas técnicas do piloto. Já a Mercedes mostrou potencial na França e na Hungria, levando Hamilton e Russell ao pódio nas duas ocasiões.

“O início do ano não foi horrível, porque sempre pode haver coisa pior, mas apenas em termos de… eu diria que do ponto de vista de um piloto, entender este carro foi… tão confuso”, disse Lewis Hamilton. “Estávamos tentando tantas coisas diferentes, estávamos tentando avançar, mas não havia confiança na máquina, principalmente na traseira. E isso realmente nos limitou um pouco. Agora, estamos em uma posição em que estamos começando a entender o carro um pouco mais”, concluiu.

George Russell é o quarto colocado, com 158 pontos. Hamilton ocupa a sexta posição, com 146. A longa distância para Verstappen inibe os pilotos da Mercedes a acreditarem na conquista do título. A Red Bull demonstra certa preocupação com as alterações do assoalho e pode se ver obrigada a fazer mudanças estruturais no carro para não perder desempenho.

ADEUS?

O GP da Bélgica impõe duas perspectivas para a temporada 2023. Restam seis vagas nas equipes para novos pilotos, e o calendário da modalidade tem chances de sofrer alterações relevantes. Ricciardo se despede da McLaren ao término da temporada e deve ser substituído pelo compatriota Oscar Piastri. Alpine, Alfa Romeo, AlphaTauri, Williams e Haas estão com um cockpit vago.

Já o circuito de Spa-Francorchamps corre o risco de seguir o mesmo caminho de Paul Ricard, na França, e deixar o calendário da Fórmula 1. Mesmo com novidades apresentadas para aumentar a segurança da pista, o contrato com a organização da categoria termina neste ano. Para 2022, estão previstos os retornos dos Grandes Prêmios da China e do Catar e a estreia da corrida de Las Vegas, nos EUA. A África do Sul também negocia um retorno à Fórmula 1.

PROGRAMAÇÃO DO GP

Sexta-feira (26/08)

9h – Treino Livre 1

12h – Treino Livre 2

Sábado (27/08)

8h – Treino Livre 3

11h – Treino classificatório

Domingo (28/08)

10h – Corrida