A chegada a Xangai, última etapa da viagem à China, teve um perrengue: a mochila com câmera, tablet, US$ 300 (R$ 1.152 ) e anotações ficou esquecida no bagageiro do trem-bala em que saíra de Hangzhou.

Avisado dez minutos após a partida da composição, o guia contratado pela empresa China Highlights, Michael, ligou para a ferrovia CRH. Informou o número do trem, o assento e o conteúdo da bolsa. Calculou em 75% as chances de a bagagem ser recuperada.

Após três semanas no país, não foi difícil dar algum crédito à profecia. Com isso, o suspense em nada afetou os dois dias despendidos na metrópole de 26 milhões de pessoas.

Xangai impressiona mais do que Pequim. Se a capital tem algo de opressor, pela mescla de heranças imperial e comunista, além da poluição, a cidade portuária no delta do Yangtze constitui uma ponte entre o período colonial que enche a China de vergonha e o capitalismo mais desbragado do pós-comunismo.

A região conhecida como Bund dá um panorama arquitetônico revelador dessa superposição de passado e presente —melhor dizendo, futuro. Na margem do rio Huangpu que leva o nome de Bund, prédios históricos imponentes preservam a memória da parte de Xangai que já teve administração internacional.

Milhares de pessoas caminham pelo passeio elevado do Bund para admirar os arranha-céus da margem oposta, em Pudong. Prédios, alguns com mais de cem andares, foram transformados em telas ciclópicas de LED. Mais do que produtos, o que se vende ali é a supremacia chinesa.

É a cidade mais cosmopolita da China, mas também um dos raros destinos no país em que se vê quantidade apreciável de turistas ocidentais e de catadores remexendo lixeiras.

A rua Nanjing, calçadão com megalojas de grifes globais, tem um pouco de tudo isso.

Para saborear a culinária e a balbúrdia chinesas, perambule pelas vielas da área conhecida como Concessão Francesa. Desconsidere alertas de guias para evitar comida de rua e se arrisque. Na dúvida, comece pelos “dumplings”, variantes de pasteizinhos tipo guioza.

Cada loja de chá ali é um universo em si mesma, com moças gentis dispostas a explicar diferenças entre as beberagens do tipo verde, branco, preto, escuro (“dark”) e oolong. Todos têm origem na mesma Camellia sinensis, mas resultam em sabores e usos muito distintos.

Encontram-se no chá e em sua parafernália de bules e embalagens esmeradas o exemplo do refinamento chinês, comparável ao que se vê no Japão, mas temperado com uma maleabilidade mais parecida à do Brasil.

Disciplina e respeito, porém, são valores que pesam, em Pequim ou Xangai. A mochila esquecida retornou ao seu dono relaxado em menos de 48 horas, com tudo dentro —inclusive o dinheiro


PACOTES

US$ 999 (R$ 3.861)
5 noites na China, na Top Brasil Turismo
Preço com saídas de 16 de novembro a 13 de janeiro. Duas noites em Pequim e três em Xangai. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui passeios e passagem de trem entre as duas cidades. Sem aéreo

US$ 1.314 (R$ 5.079)
7 noites na China, na Schultz
Quatro noites em Pequim, duas em Xangai e uma em Xian. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui seis almoços, passeios e traslados. Sem aéreo

US$ 1.408 (R$ 5.443)
7 noites na China, na CVC
Três noites em Pequim, duas em Xian e duas em Xangai. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui cinco almoços, passeios, guia em espanhol e transporte. Sem passagem aérea 

US$ 1.695 (R$ 6.552)
7 noites na China, na RCA Turismo
Três noites em Pequim, duas em Xian e duas em Xangai. Quarto duplo, com café da manhã e cinco almoços. Inclui passeios. Sem aéreo

US$ 2.545 (R$ 9.838)
9 noites na China, na Venice Turismo
Três noites em Pequim, duas em Xian, duas em Xangai, uma em Guilin e uma em Guangzhou. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui passeios, oito almoços, entradas para as atrações, traslados, guia em espanhol e seguro de assistência de viagem. Sem aéreo

US$ 7.219 (R$ 27.907)
10 noites na China, na Teresa Perez
Três noites em Pequim, duas em Chengdu, duas em Xangai e três em Hong Kong. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui passeios em inglês. Sem aéreo. Válido até 20 de dezembro

Fonte: Folha de S.Paulo